BEATA ANA MARIA JAVOUHEY
Ana Maria Javouhey nasceu
no dia 10 de Novembro de 1779, em Jallongers, perto de Seurre, França. Foi a
quinta filha de Claudine Javouhey e de Baltazar Javouhey. Aos sete anos, “Nanette”,
como era tratada em família, foi, com a sua família, para Chamblanc; em 1789, fez
a sua Primeira Comunhão e experimentou as convulsões sociais e a crise
religiosa que surgiram, naqueles anos, a partir da Revolução Francesa: a
imposição da Constituição Civil do clero, com alguns eclesiásticos a aderiram e
outros que não.
Foi precisamente um
deles, o abade Ballanche, que, com o seu apostolado semiclandestino, se tornou
seu conselheiro e guia. Ana, a partir de 11 de Novembro de 1798, começou a interessar-se
pela educação das crianças e pelo grande cuidado dos pobres doentes.
Desejando consagrar-se completamente a Deus, procurou uma Ordem religiosa que pudesse satisfazer a sua vocação; Ela foi a primeira a entrar no noviciado das Irmãs da Caridade, fundado por Santa Joana Antide Thouret, em Setembro-Novembro de 1800, em Besançon. Depois, em 1803, foi para a Suíça e entrou para o Mosteiro Trapista dirigido por Agostinho de Lastrange.
Mas, em Junho de 1804, retornou a Chamblanc para se juntar a três irmãs que também queriam consagrar-se a Deus. Em 14 de Abril de 1805, Domingo de Páscoa, as quatro irmãs tiveram os seus projectos abençoados e aprovados pelo Papa Pio VII, que estava de passagem por Chalon-sur-Saône, retornando de Paris, onde, no dia 2 de Dezembro de 1804, havia consagrado e coroado Napoleão Imperador.
Assim, tendo tomado coragem, elas abriram uma escola chamada "Associação de São José", em Chalon, em 1806. Entretanto, em 12 de Dezembro de 1806, Napoleão assinou a autorização para a pequena Comunidade. Em Maio de 1807, as quatro irmãs Javouhey e outras cinco freiras fizeram os seus votos, na igreja de São Pedro, elegendo Ana como superiora, que acrescentou Maria ao seu nome e adoptou o hábito azul dos vinicultores da Borgonha.
Após cinco anos de residência no antigo Mosteiro de Autun, a Associação de São José mudou-se, em Junho de 1812, para Cluny, no antigo convento das Recoletas, perto da famosa abadia de São Pedro. Desse lugar, a Fundação adoptou o nome de Congregação das "Irmãs de São José de Cluny".
A partir daí, a Madre Javouhey empreendeu outras iniciativas para difundir a Comunidade. Assim, em 10 de Janeiro de 1817, as quatro primeiras freiras desembarcaram na Ilha de Bourbon. O Rei Luís XVIII, entretanto, confirmou a existência da sua Congregação e autorizou-a a ensinar e a prestar assistência hospitalar.
Depois de ter fundado vários institutos, em França, a Madre Ana Maria embarcou, em Rochefort, no dia 1 de Fevereiro de 1823, para o Senegal, onde fundou quatro comunidades. Tendo retornado a França, em 1824, a laboriosa superiora dedicou-se à redacção dos Estatutos da Associação, que foram aprovados, nas diversas localidades, nos anos de 1825, 1827 e 1829.
O Ministro da Marinha, Chabrol, recorreu a ela para oferecer-se para reconstituir a antiga fundação da "Nouvelle-Angoulême", na Guiana Francesa, e a Madre Javouhey aceitou. Então, em 28 de Junho de 1828, ela deixou Brest e desembarcou em Caiena, no dia 10 de Agosto. Passou cinco anos de sacrifício, naquele clima tropical, para reconstituir o centro e a vila de La Massa, a 200 km de Caiena.
Em 1883, retornou a Cluny para resolver disputas que haviam surgido com o bispo de Autun, sobre a jurisdição da Fundação. Em 26 de Dezembro de 1835, ela retornou à Guiana e lá, com cerca de 500 escravos, libertados pelo Estado, assumiu a direcção de La Massa, que se tinha tornado um centro para a educação de negros, para os ajudar a aproveitar ao máximo asua liberdade e o seu trabalho.
Em 1843, ela deixou os seus amados negros para retornar a França, para lidar com os numerosos problemas espirituais levantados pelo seu trabalho; abriu um segundo noviciado, em Paris, que se tornou a actual Casa-Mãe.
O seu trabalho continuou até o esgotamento das suas forças.
A Madre Ana Maria Javouhey faleceu, em Paris, no dia 15 de Julho de 1851. Foi sepultada em Senlis, na grande capela da Congregação.
Foi uma mulher excepcional. Basta pensar que, para uma mulher, era algo fora do comum, naqueles tempos, viajar 45.000 km, através dos mares e com os veleiros da época. Muito à frente do seu tempo, a Madre Javouhey trabalhou, com todas as suas forças, pela promoção humana e cristã da raça negra; compreendeu, imediatamente, a necessidade de um clero local, por isso preparou os três primeiros padres senegaleses para o sacerdócio, ordenados, em Paris, em 1840, e uma jovem ex-escrava das Antilhas, tornou-se freira da Congregação e viveu e morreu na ilha de Santa Lúcia, no Caribe.
Ela tinha a intuição profética das Igrejas locais, sinais visíveis da universalidade da Igreja.
Desde 1817, ela enviou as suas ‘filhas’ para todas as partes do mundo, apesar dos eventos frequentemente desfavoráveis da História.
O Papa Pio XI concedeu-lhe o título de "primeira missionária" pelo seu compromisso com a evangelização de terras distantes.
Uma mulher de inteligência surpreendentemente prática, vontade de ferro e personalidade forte, ela é bem descrita por uma frase do Rei da França, Luís Filipe (1835): "Madame Javouhey… mas, ela é um grande homem".
Como toda a fundadora, a Madre Javouhey deixou às Irmãs de São José de Cluny um "espírito" ou um modo de amar a Deus e um "projecto particular" ou um modo de servir a Igreja e o mundo; esses dois elementos constituem a sua herança familiar.
Ana Maria Javouhey foi beatificada no dia 15 de Outubro de 1950, na Basílica de São Pedro, Roma, pelo Papa Pio XII.
A sua memória litúrgica é celebrada no dia 15 de Julho.
Desejando consagrar-se completamente a Deus, procurou uma Ordem religiosa que pudesse satisfazer a sua vocação; Ela foi a primeira a entrar no noviciado das Irmãs da Caridade, fundado por Santa Joana Antide Thouret, em Setembro-Novembro de 1800, em Besançon. Depois, em 1803, foi para a Suíça e entrou para o Mosteiro Trapista dirigido por Agostinho de Lastrange.
Mas, em Junho de 1804, retornou a Chamblanc para se juntar a três irmãs que também queriam consagrar-se a Deus. Em 14 de Abril de 1805, Domingo de Páscoa, as quatro irmãs tiveram os seus projectos abençoados e aprovados pelo Papa Pio VII, que estava de passagem por Chalon-sur-Saône, retornando de Paris, onde, no dia 2 de Dezembro de 1804, havia consagrado e coroado Napoleão Imperador.
Assim, tendo tomado coragem, elas abriram uma escola chamada "Associação de São José", em Chalon, em 1806. Entretanto, em 12 de Dezembro de 1806, Napoleão assinou a autorização para a pequena Comunidade. Em Maio de 1807, as quatro irmãs Javouhey e outras cinco freiras fizeram os seus votos, na igreja de São Pedro, elegendo Ana como superiora, que acrescentou Maria ao seu nome e adoptou o hábito azul dos vinicultores da Borgonha.
Após cinco anos de residência no antigo Mosteiro de Autun, a Associação de São José mudou-se, em Junho de 1812, para Cluny, no antigo convento das Recoletas, perto da famosa abadia de São Pedro. Desse lugar, a Fundação adoptou o nome de Congregação das "Irmãs de São José de Cluny".
A partir daí, a Madre Javouhey empreendeu outras iniciativas para difundir a Comunidade. Assim, em 10 de Janeiro de 1817, as quatro primeiras freiras desembarcaram na Ilha de Bourbon. O Rei Luís XVIII, entretanto, confirmou a existência da sua Congregação e autorizou-a a ensinar e a prestar assistência hospitalar.
Depois de ter fundado vários institutos, em França, a Madre Ana Maria embarcou, em Rochefort, no dia 1 de Fevereiro de 1823, para o Senegal, onde fundou quatro comunidades. Tendo retornado a França, em 1824, a laboriosa superiora dedicou-se à redacção dos Estatutos da Associação, que foram aprovados, nas diversas localidades, nos anos de 1825, 1827 e 1829.
O Ministro da Marinha, Chabrol, recorreu a ela para oferecer-se para reconstituir a antiga fundação da "Nouvelle-Angoulême", na Guiana Francesa, e a Madre Javouhey aceitou. Então, em 28 de Junho de 1828, ela deixou Brest e desembarcou em Caiena, no dia 10 de Agosto. Passou cinco anos de sacrifício, naquele clima tropical, para reconstituir o centro e a vila de La Massa, a 200 km de Caiena.
Em 1883, retornou a Cluny para resolver disputas que haviam surgido com o bispo de Autun, sobre a jurisdição da Fundação. Em 26 de Dezembro de 1835, ela retornou à Guiana e lá, com cerca de 500 escravos, libertados pelo Estado, assumiu a direcção de La Massa, que se tinha tornado um centro para a educação de negros, para os ajudar a aproveitar ao máximo asua liberdade e o seu trabalho.
Em 1843, ela deixou os seus amados negros para retornar a França, para lidar com os numerosos problemas espirituais levantados pelo seu trabalho; abriu um segundo noviciado, em Paris, que se tornou a actual Casa-Mãe.
O seu trabalho continuou até o esgotamento das suas forças.
A Madre Ana Maria Javouhey faleceu, em Paris, no dia 15 de Julho de 1851. Foi sepultada em Senlis, na grande capela da Congregação.
Foi uma mulher excepcional. Basta pensar que, para uma mulher, era algo fora do comum, naqueles tempos, viajar 45.000 km, através dos mares e com os veleiros da época. Muito à frente do seu tempo, a Madre Javouhey trabalhou, com todas as suas forças, pela promoção humana e cristã da raça negra; compreendeu, imediatamente, a necessidade de um clero local, por isso preparou os três primeiros padres senegaleses para o sacerdócio, ordenados, em Paris, em 1840, e uma jovem ex-escrava das Antilhas, tornou-se freira da Congregação e viveu e morreu na ilha de Santa Lúcia, no Caribe.
Ela tinha a intuição profética das Igrejas locais, sinais visíveis da universalidade da Igreja.
Desde 1817, ela enviou as suas ‘filhas’ para todas as partes do mundo, apesar dos eventos frequentemente desfavoráveis da História.
O Papa Pio XI concedeu-lhe o título de "primeira missionária" pelo seu compromisso com a evangelização de terras distantes.
Uma mulher de inteligência surpreendentemente prática, vontade de ferro e personalidade forte, ela é bem descrita por uma frase do Rei da França, Luís Filipe (1835): "Madame Javouhey… mas, ela é um grande homem".
Como toda a fundadora, a Madre Javouhey deixou às Irmãs de São José de Cluny um "espírito" ou um modo de amar a Deus e um "projecto particular" ou um modo de servir a Igreja e o mundo; esses dois elementos constituem a sua herança familiar.
Ana Maria Javouhey foi beatificada no dia 15 de Outubro de 1950, na Basílica de São Pedro, Roma, pelo Papa Pio XII.
A sua memória litúrgica é celebrada no dia 15 de Julho.