Este acontecimento, que a Igreja contempla com admiração e grande alegria, é o início de uma nova história da qual também nós fazemos parte: a história da redenção iniciada por Deus no lar de Ana e Joaquim, pais de Maria. Deus não se rende diante do pecado e do mal; mas, no seu desígnio de amor, está decidido a recriar todas as coisas.
Maria, mulher da nossa condição humana, faz parte do Seu plano salvador desde toda a eternidade. O próprio Deus anunciou a sua extraordinária missão: diante do pecado dos nossos primeiros pais, prometeu solenemente a salvação: "Porei inimizade entre ti [Satanás] e a mulher, e entre a tua descendência e a dela; esta te ferirá a cabeça, e tu a ferirás o calcanhar" (Gen 3,9-15.20).
No jardim do Éden, destruído pelo pecado, Deus restaura os laços de comunhão rompidos pelo pecado e, com um novo começo, continua a sua história de amor pela humanidade, prometendo a vitória por meio dessa mulher que, já naquele momento, surge no horizonte como aquela que se tornará a mãe do Verbo eterno, o Filho do Pai que se fará homem para salvar a humanidade!
A Imaculada Conceição de Maria, que ocorreu tantos séculos depois dessa promessa, é, portanto, o alvorecer de uma nova história, de uma nova humanidade.
Maria é a primeira dos redimidos. Deus Pai aplica a Ela, antecipadamente, os méritos da paixão, morte e ressurreição de Cristo: um mistério de graça, de amor gratuito, um mistério de incomparável beleza que as ciladas de Satanás e as suas constantes tentativas de semear a tragédia na história não podem destruir!
São Lucas, no seu Evangelho (Lc 1,26-38), narra o facto pelo qual Deus preservou Maria do pecado original e A tornou "cheia de graça": ser a Mãe de Jesus, o Filho de Deus.
Em Portugal a Solenidade da Imaculada Conceição é feriado nacional, em reconhecimento da importância desta data na espiritualidade e identidade do país.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado no dia 8 de Dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, na qual o Papa Pio IX declara a santidade da Virgem Santa Maria, desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.
Em Portugal, a primeira celebração do culto da Imaculada Conceição aconteceu na Sé Velha de Coimbra, no dia 8 de Dezembro de 1320, depois de D. Raimundo Evrard, bispo diocesano da altura, ter assinado, no dia 17 de Outubro de 1320, a constituição diocesana que instituiu a festividade da Conceição de Maria.
Esta festividade ganhou maior destaque, em 1385, aquando da batalha de Aljubarrota. Em honra desta esta vitória, o Santo Condestável – São Nuno de Santa Maria - fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.
D. João IV, atento a uma religiosidade que também já envolvera a construção de monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição, de Vila Viçosa, como Rainha e Padroeira de Portugal, em 1646.
Nasceu em Patara, uma cidadezinha marítima da Lícia, na Turquia meridional, no séc. III, numa família rica, que o educou na fé cristã.
A sua vida, desde a sua juventude, foi marcada pela obediência. Ainda muito jovem, ao ficar órfão de pai e mãe, Nicolau, recordando-se a passagem evangélica do “Jovem Rico”, usou toda a riqueza, herdade dos seus pais, para ajudar os mais necessitados, os doentes e os pobres.
Foi nomeado Bispo de Mira, no tempo do imperador Diocleciano; foi preso e exilado. Depois da sua libertação, em 325, participou no Concílio de Niceia e faleceu, em Mira, no ano de 343.
São muitos os episódios narrados sobre a vida e actividade de São Nicolau. Todos dão testemunho de uma vida ao serviço dos mais fracos, pequeninos e indefesos.
Uma das histórias mais antigas, transmitidas sobre a vida de São Nicolau, diz respeito a um seu vizinho de casa, que tinha três filhas, já na idade de se casar; mas não tinham dinheiro suficiente para comprar o dote. Para as livrar da prostituição, certa noite, Nicolau colocou dinheiro num pano e atirou-o pela janela da casa do vizinho, e saiu a correr para não ser visto. Graças àquele presente, a filha mais velha do vizinho conseguiu casar-se. O generoso benfeitor repetiu aquele gesto, outras duas vezes, mas, na terceira vez, o pai das jovens saiu rapidamente de casa, para saber quem era aquele benfeitor. Nicolau lhe pediu-lhe para não dizer nada a ninguém.
Outra história diz respeito a três jovens estudantes de teologia que se dirigiam para Atenas. O dono da hospedaria, onde os jovens tinham parado para passar a noite, roubou-os e matou-os, escondendo os seus corpos numa pipa. O Bispo Nicolau, que também viajava para Atenas, parou na mesma hospedaria e, enquanto dormia, teve uma visão sobre o crime cometido pelo dono. Então, recolhendo-se em oração, São Nicolau deu novamente a vida aos três estudantes e obteve a conversão do dono malvado.
Este episódio, como o da libertação misteriosa de Basílio - um rapaz sequestrado por piratas e vendido como escravo a um emir, que segundo a lenda, foi misteriosamente libertado por São Nicolau e apareceu na casa dos seus pais, com o ceptro de ouro do emir – contribuíram para difundir a fama de São Nicolau como padroeiro das crianças e dos jovens.
Durante os anos da sua juventude, Nicolau foi, em peregrinação, à Terra Santa. Passando pelos mesmos caminhos percorridos por Jesus, Nicolau rezou para poder fazer a mesma experiência, mais profunda e solidária, da vida e dos sofrimentos de Jesus. No caminho de regresso, houve uma tremenda tempestade e o navio, em que viajava, estava quase a naufragar. Nicolau pôs-se, discretamente, em oração e o vento e as ondas, de repente, acalmaram-se para admiração dos marinheiros, que temiam o pior.
Depois da morte de São Nicolau, o seu túmulo, em Mira, tornou lugar de peregrinação; as suas relíquias foram consideradas milagrosas, por causa de um misterioso líquido, chamado maná de São Nicolau, que saía lá de dentro. Quando, no século XI, Lícia foi dominada pelos Turcos, os venezianos procuraram apoderar-se das relíquias. Porém, foram precedidos pelos habitantes de Bari. Assim, levaram as relíquias para a Apúlia, em 1087. Dois anos depois, foi concluída a cripta da nova igreja, desejada pelo povo de Bari, no lugar onde estava o palácio do “catapano” (título do alto oficial militar e administrativo do Império Bizantino, especialmente no sul da Itália) bizantino. O papa Urbano II, escoltado pelos cavaleiros normandos, senhores da Apúlia, colocou as relíquias do Santo sob o altar, onde se encontram ainda hoje.
A translação das relíquias de São Nicolau teve um impacto extraordinário em toda a Europa. Na Idade Média, o seu santuário, na Apúlia, tornou-se uma importante meta de peregrinações, com o consequente resultado da difusão do culto de São Nicolau, chamado de Bari e não de Mira.


















