- na homilia da Missa de abertura do Sínodo dos
Bispos, no dia 7 de Outubro, em Roma
“…Com esta solene
concelebração inauguramos a XIII Assembleia-Geral Ordinária do Sínodo dos
Bispos, que tem como tema: A Nova Evangelização para a transmissão da fé
cristã. Esta temática responde a uma orientação programática para a vida da
Igreja, de todos os seus membros, das famílias, comunidades, e das suas
instituições. Tal perspectiva reforça-se pela coincidência com o início do Ano
da Fé, que terá lugar na próxima quinta-feira, dia 11 de Outubro, e pelo 50º
aniversário da abertura do Concílio Ecuménico Vaticano II.(…) Queria agora
reflectir, ainda que brevemente, sobre a «nova evangelização», relacionando-a
com a evangelização ordinária e com a missão ad gentes. A Igreja existe para
evangelizar. Fiéis ao mandamento do Senhor Jesus Cristo, os seus discípulos
partiram pelo mundo inteiro para anunciar a Boa Nova, fundando, por toda a
parte, comunidades cristãs. Com o passar do tempo, essas comunidades tornaram-se
Igrejas bem organizadas, com numerosos fiéis. Em determinados períodos da
história, a Divina Providência suscitou um renovado dinamismo na acção
evangelizadora na Igreja. Basta pensar na evangelização dos povos anglo-saxões
e eslavos, ou na transmissão do Evangelho no continente americano, e, em
seguida, nos distintos períodos missionários junto dos povos da África, Ásia e
Oceania. (…) Também nos nossos tempos, o Espírito Santo suscitou na Igreja um
novo impulso para proclamar a Boa Nova, um dinamismo espiritual e pastoral que
encontrou a sua expressão mais universal e o seu impulso mais autorizado no
Concílio Ecuménico Vaticano II. Este renovado dinamismo de evangelização produz
uma influência benéfica sobre os dois "ramos" concretos que se desenvolvem
a partir dela, ou seja, por um lado, a missio ad gentes, isto é, a proclamação
do Evangelho para aqueles que ainda não conhecem a Jesus Cristo e a Sua
mensagem de salvação; e, por outro lado, a nova evangelização, destinada
principalmente às pessoas que, embora baptizadas, se distanciaram da Igreja e
vivem sem levar em conta prática cristã. A Assembleia sinodal, que se abre
hoje, é dedicada a essa nova evangelização, para ajudar essas pessoas a terem
um novo encontro com o Senhor, o único que dá sentido profundo e paz à nossa existência;
para favorecer a redescoberta da fé, a fonte de graça que traz alegria e
esperança à vida pessoal, familiar e social. Obviamente, esta orientação
particular não deve diminuir nem o impulso missionário, em sentido próprio, nem
as actividades ordinárias de evangelização nas nossas comunidades cristãs. Na
verdade, os três aspectos da única realidade de evangelização completam-se e
fecundam-se mutuamente.(…)” ( cf. Zenit )