No próximo dia 6 de Dezembro,
a Paróquia de Santa Maria da Feira celebra a memória do seu padroeiro: São
Nicolau. Desde criança, soube experimentar a alegria da solidariedade. A sua vida
foi um contínuo repartir-se. Tudo o que ia tendo repartia-o pelos pobres. Filho
de pais cristãos, foi educado por um dos seus tios que era bispo. Foi este que
o ordenou sacerdote. Depois do falecimento dos seus pais, repartiu todas as
suas riquezas pelos pobres e entrou num mosteiro. Segundo diz a tradição, na
cidade de Mira, na Turquia, os bispos e sacerdotes estavam reunidos para a
escolha de um novo bispo; o anterior tinha morrido e era necessário preencher aquele
lugar. Como não se entendiam quanto à pessoa a escolher, decidiram que
nomeariam bispo de Mira “o primeiro sacerdote que entre no templo". Nesse
momento, sem saber o que ocorria, entrou Nicolau e, por aclamação de todos, foi
eleito bispo. Foi muito amado, em toda a região, pela sua pregação, pela sua
caridade e pela fama dos milagres que lhe atribuíam. Na época de Licínio ( foi
imperador romano do Oriente entre 308 e 324 ; no Ocidente governava Constantino
)- que decretou uma perseguição contra os cristãos - Nicolau foi preso e
torturado. Com a vitória de Constantino sobre as legiões de Licínio, foram
libertados muitos prisioneiros cristãos e, entre eles, também o Bispo Nicolau.
Nicolau morreu no dia 6 de Dezembro, do ano 345. Considerado santo, era
invocado pelos fiéis nos perigos, nos naufrágios, nos incêndios e nas
dificuldades económicas. Por ter sido tão amigo das crianças e dos pobres, surgiu
o costume de, na sua festa, repartirem doces e presentes às crianças. A vida de
São Nicolau tornou-se conhecida, sobretudo, a partir da publicação da sua
biografia, escrita pelo Arcebispo de Constantinopla, São Metódio. São Nicolau é
o padroeiro de inúmeras paróquias, entre elas a de Santa Maria da Feira. É,
também, o Padroeiro da Rússia, da Grécia e da Turquia. A Igreja faz a sua
memória litúrgica no dia 6 de Dezembro.
PALAVRA COM SENTIDO
PALAVRA COM SENTIDO
“… Nós vimos a Sua estrela no Oriente…” (cf. Mateus 2, 2)
“…No Evangelho de hoje, a narração dos Magos, que foram do Oriente a Belém para adorar o Messias, confere à festa da Epifania um alcance de universalidade. E este é o alcance da Igreja, a qual deseja que todos os povos da terra possam encontrar Jesus, fazer a experiência do seu amor misericordioso. É este o desejo da Igreja: que encontremos a misericórdia de Jesus, o seu amor.
Cristo acabou de nascer, ainda não sabe falar, e todas as nações — representadas pelos Magos — já o podem encontrar, reconhecer, adorar. Dizem os Magos: «Vimos a sua estrela no firmamento e viemos adorá-lo» (Mt 2, 2), Herodes ouviu isto logo que os Magos chegaram a Jerusalém. Estes Magos eram homens prestigiosos, de regiões distantes e culturas diversas, e tinham-se posto a caminho rumo à terra de Israel para adorar o rei que nascera. Desde sempre a Igreja viu neles a imagem da humanidade inteira, e com a celebração de hoje, da festa da Epifania, deseja como que indicar respeitosamente a cada homem e mulher deste mundo o Menino que nasceu para a salvação de todos.
Na noite de Natal Jesus manifestou-se aos pastores, homens humildes e desprezados — alguns dizem salteadores — foram eles os primeiros que levaram um pouco de conforto àquela gruta fria de Belém. Agora chegam os Magos de terras distantes, também eles atraídos misteriosamente por aquele Menino. Pastores e Magos, muito diversos entre si; mas lhes é comum uma coisa: o céu. Os pastores de Belém acorreram imediatamente para ver Jesus não por serem particularmente bons, mas porque vigiavam de noite e, erguendo os olhos ao céu, viram um sinal, ouviram a sua mensagem e seguiram-no. Assim também os Magos: perscrutaram o céu, viram uma estrela nova, interpretaram o sinal e puseram-se a caminho, de longe. Os pastores e os Magos ensinam-nos que para encontrar Jesus é necessário saber erguer o olhar ao céu, não estar fechado em si mesmo, no próprio egoísmo, mas ter o coração e a mente abertos ao horizonte de Deus, que nos surpreende sempre, saber acolher as suas mensagens, e responder com prontidão e generosidade.
Os Magos, diz o Evangelho, «ao ver a estrela, sentiram uma grande alegria» (Mt 2, 10). Há também para nós um grande conforto ao ver a estrela, isto é, ao sentir-nos guiados e não abandonados ao nosso destino. E a estrela é o Evangelho, a Palavra do Senhor, como diz o salmo: «A tua palavra é lâmpada para os meus passos, luz para o meu caminho» (119, 105). Esta luz guia-nos para Cristo. Sem a escuta do Evangelho, não é possível encontrá-lo! Com efeito, seguindo a estrela, os Magos chegaram ao lugar onde Jesus se encontrava. E ali «viram o Menino com Maria sua mãe, prostraram-se e adoraram-no» (Mt 2, 11). A experiência dos Magos exorta-nos a não nos contentarmos com a mediocridade, a não «ir vivendo», mas a procurar o sentido das coisas, a perscrutar com paixão o grande mistério da vida. E ensina-nos a não nos escandalizarmos com a pequenez e com a pobreza, mas a reconhecer a majestade na humildade, e saber ajoelhar-nos diante dela.
A Virgem Maria, que acolheu os Magos em Belém, nos ajude a erguer o olhar de nós mesmos, a deixar-nos guiar pela estrela do Evangelho para encontrar Jesus, e a saber abaixar o nosso olhar para o adorar. Assim poderemos levar aos outros um raio da sua luz, e partilhar com eles a alegria do caminho…” (Papa Francisco, Oração do Angelus, Solenidade da Epifania dos Senhor, 6 de Janeiro de 2016)