BEATA MARIA ISABEL HESSELBLAD
Maria Isabel Hesselblad nasceu no dia 4 de Junho de
1870, na cidade de Faglavik, na Suécia. Foi a quinta dos treze filhos do casal
Augusto Roberto e Caisa, uma família luterana muito pobre. Desde a sua
adolescência, ao ver as suas amigas frequentando diversas igrejas, questionava-se
acerca de qual seria o único rebanho a que se referia o Evangelho de São João.
Para ajudar a manter a sua família, aos dezasseis anos
de idade começou a trabalhar como empregada doméstica e, dois anos depois,
emigrou para os Estados Unidos. Tendo adoecido com alguma gravidade, fez uma
promessa a Jesus: caso ficasse curada, tornar-se-ia enfermeira. E de facto
assim aconteceu. Depois da sua formação, passou a trabalhar, como enfermeira,
no Hospital Roosevelt, de Nova Iorque. O contacto com os doentes católicos e o
grande desejo de encontrar a verdade mantiveram viva, na sua alma, a busca do
rebanho de Cristo.A oração, o estudo e a devoção filial para com a Virgem Maria, o exemplo visto no hospital católico e a influência decisiva do padre jesuíta João Hagen - do convento da Visitação, em Washington, que se tornou o seu director espiritual, fazendo-a estudar, com paixão, a doutrina cristã - levaram-na a abraçar o catolicismo. Assim, por opção, foi baptizada "sob condição", nesse mesmo convento, no dia 15 de Agosto de 1902.
Dois anos depois, foi para Roma, onde recebeu o Sacramento da Confirmação e, ali, com muita clareza, compreendeu que sua missão seria trabalhar pela unidade dos cristãos. Sentiu que o caminho seria na Ordem de Santa Brígida da Suécia, cujo convento visitou e de onde saiu profundamente impressionada. Lá, enquanto rezava, sentiu que Deus lhe dizia: "É aqui que desejo que te ponhas ao Meu serviço".
No dia 25 de Março de 1904, estabeleceu-se definitivamente em Roma e, com uma especial autorização do Papa Pio X, vestiu o hábito brigidino na Casa de Santa Brígida, então ocupada pelas Carmelitas. No dia 9 de Setembro de 1911, começando com três jovens postulantes inglesas, restabeleceu a Ordem do Santíssimo Salvador e de Santa Brígida, com a missão de rezar e trabalhar, de modo especial, pela união dos cristãos da Escandinávia com a Igreja Católica. Desde o início, incutiu nas suas filhas espirituais a necessidade da união dos cristãos; o amor à Igreja e ao Papa; a necessidade de rezar para que haja um só rebanho e um só pastor. Restabeleceu a Ordem de Santa Brígida na Suécia, em 1923; na Itália, em 1931; expandiu-a para a Índia, em 1937.
Viveu como pioneira do diálogo ecuménico até o dia 24 de Abril de 1957, quando morreu após uma longa vida, marcada pelo sofrimento e pela doença. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II, em 9 de Abril de 2000, em Roma. Na homilia da beatificação, o Papa disse: "E, quando Eu for levantado da terra, atrairei todos a Mim". A promessa de Jesus realiza-se maravilhosamente, inclusive, na vida de Maria Isabel Hesselblad. Assim como a sua compatriota Santa Brígida, também ela adquiriu uma profunda compreensão da sabedoria da Cruz através da oração e nos acontecimentos da própria vida. Primeiro, a experiência de pobreza; depois, o contacto com os enfermos que a impressionavam pela serenidade e confiança na ajuda de Deus; e, não obstante os numerosos obstáculos, a perseverança na fundação da Ordem do Santíssimo Salvador de Santa Brígida ensinaram-lhe que a Cruz se encontra no âmago da vida humana e constitui a derradeira revelação do amor do nosso Pai celestial. Meditando constantemente a palavra de Deus, a Irmã Isabel foi confirmada no seu propósito de trabalhar e rezar para que todos os cristãos sejam um só (cf. Jo 17, 21). Ela estava persuadida de que, ouvindo a voz de Cristo crucificado, eles haveriam de congregar-se num só rebanho, sob um único Pastor (cf. Jo 10, 16), e desde o início, na sua congregação, caracterizada pela espiritualidade eucarística e mariana, comprometeu-se com a causa da unidade cristã, mediante a oração e o testemunho evangélico. Por intercessão da Beata Maria Isabel Hesselblad, pioneira do ecumenismo, Deus abençoe e fecunde os esforços que a Igreja faz para edificar uma comunhão cada vez mais profunda e de promover uma cooperação sempre mais eficaz entre todos os seguidores de Cristo. Ut unum sint! (Para que sejam um)