- DOMINGO DE PENTECOSTES
Cinquenta dias
depois da Páscoa, a Igreja celebra o Dia de Pentecostes, comemoração do envio
do Espírito Santo aos Discípulos e à Igreja. Jesus cumpre, assim, a promessa de
Jesus de enviar o seu Espírito, uma força do alto, sobre os apóstolos. Pelo
Espírito Santo, Cristo continua presente na Igreja, que é a continuadora da Sua
missão.
A vinda do
Espírito Santo está descrita nos Livro dos Actos dos Apóstolos ( 2, 1-13) Os
Apóstolos estavam em casa, de portas fechadas com medo dos judeus. Então, ouviu-se
um ruído, “semelhante a uma forte rajada de vento. Apareceram línguas de fogo
que pousaram sobre eles e todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a
falar outras línguas”.
Transcrevemos
palavras do Papa Francisco, na Homilia da Missa de Pentecostes, de 2015:
“…O mundo tem necessidade de homens e
mulheres que não estejam fechados, mas repletos de Espírito Santo. Para além de
falta de liberdade, o fechamento ao Espírito Santo é também pecado. Há muitas
maneiras de fechar-se ao Espírito Santo: no egoísmo do próprio benefício, no
legalismo rígido – como a atitude dos doutores da lei que Jesus chama de
hipócritas –, na falta de memória daquilo que Jesus ensinou, no viver a
existência cristã não como serviço mas como interesse pessoal, e assim por
diante. Ao contrário, o mundo necessita da coragem, da esperança, da fé e da
perseverança dos discípulos de Cristo. O mundo precisa dos frutos, dos dons do
Espírito Santo, como elenca São Paulo: «amor, alegria, paz, paciência,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio» (Gal 5, 22). O dom do
Espírito Santo foi concedido em abundância à Igreja e a cada um de nós, para
podermos viver com fé genuína e caridade operosa, para podermos espalhar as
sementes da reconciliação e da paz. Fortalecidos pelo Espírito – que guia,
guia-nos para a verdade, que nos renova a nós e à terra inteira, e que nos dá
os frutos – fortalecidos no Espírito e por estes múltiplos dons, tornamo-nos
capazes de lutar sem abdicações contra o pecado, de lutar sem abdicações contra
a corrupção que dia a dia se vai estendendo sempre mais no mundo, e
dedicar-nos, com paciente perseverança, às obras da justiça e da paz…”
- SEMANA
DA VIDA
A Igreja celebra, de 15 a
22 de Maio, a Semana da Vida, com o lema “Cuidar da Vida, a Terra é a nossa
casa”. Apresentamos a Mensagem do Departamento Nacional da Pastoral Familiar:
“Nos objectivos traçados para o Dia da Vida, São João
Paulo II recomendou que não se descurem momentos e aspectos que merecem ser,
de vez em quando, tomados em atenta consideração, conforme a evolução da
situação histórica sugerir (Evangelium vitae, 85).
Ao propor a Semana da Vida
deste ano, sob o tema Cuidar da vida - a Terra é a nossa casa, a
Comissão Episcopal do Laicado e Família aponta o caminho da Encíclica
Laudato Si, para assumirmos juntos a responsabilidade, a grandeza e a
urgência da situação histórica que vivemos.
Surpreendente, a questão da
ecologia na Semana da Vida!? O Papa Francisco acorda-nos de um certo torpor
e uma alegre irresponsabilidade. Como frequentemente acontece em épocas
de crises profundas, que exigem decisões corajosas, diz, somos tentados
a pensar que aquilo que está a acontecer não é verdade. E adverte-nos de um
comportamento evasivo ... para mantermos os nossos estilos de vida e
alimentarmos todos os vícios autodestrutivos ... como se nada tivesse
acontecido (LS 59).
A degradação que causamos à
nossa casa comum resulta da degradação humana que se processa em conjunto. Quando
não se reconhece a importância dum pobre, dum embrião humano, duma
pessoa com deficiência – só para dar alguns exemplos – dificilmente se
saberá escutar os gritos da própria natureza (117) e pretender uma boa
relação com o ambiente prescindindo da relação com as outras pessoas e com
Deus, é um individualismo romântico disfarçado de beleza ecológica (119).
Por isso, a ecologia
integral constitui o coração da Carta do Papa Francisco, que é atravessada
por alguns eixos: a relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta,
a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do
novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia, o convite a
procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso, o valor
próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a necessidade de
debates sinceros e honestos, a grave responsabilidade da política
internacional e local, a cultura do descarte e a proposta dum novo
estilo de vida (16).
Francisco quer
transmitir-nos a sua confiança: nem tudo está perdido porque nada anula
por completo a abertura ao bem, à verdade e à beleza, nem a capacidade de
reagir que Deus continua a animar no mais fundo dos nossos corações. E
acrescenta: A cada pessoa deste mundo, peço para não esquecer esta
sua dignidade que ninguém tem o direito de lhe tirar. (205).
Uma conversão ecológica,
além da crítica dos «mitos» da modernidade...(individualismo, progresso
ilimitado, concorrência, consumismo, mercado sem regras), tende a recuperar
o equilíbrio consigo, com os outros, com todos os seres vivos, e o equilíbrio
espiritual com Deus. (210). Traduzida em pequenas acções diárias... a doação
de si mesmo, num compromisso ecológico ... pode ser um acto de amor que exprime
a nossa dignidade (211), espalha na sociedade um bem que frutifica
sempre para além do que é possível constatar e restitui-nos o sentimento da
nossa dignidade (212).
Na família, realça o Papa Francisco, cultivam-se os primeiros
hábitos de amor e cuidado da vida, como, por exemplo, o uso correcto das
coisas, a ordem e a limpeza, o respeito pelo ecossistema local e a protecção de
todas as criaturas, e desenvolvem-se os distintos aspectos, intimamente
relacionados entre si, do amadurecimento pessoal (213).
O Departamento Nacional da
Pastoral Familiar, não esquecendo outros grupos e, muito menos, as comunidades
eclesiais, teve em mente que a família é o espaço mais propício para se ler e
meditar a Laudato Si. Aí, o convite de Francisco a um debate
urgente, aberto e dialogante, soa a confidência da sua preocupação de
unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral
(13-14); aí ecoam melhor o louvor e súplica dos que acreditam em Deus
Criador e Omnipotente, e a oração dos cristãos que imploram a graça de assumir
os compromissos para com a criação que o Evangelho de Jesus nos propõe (246).
Que a Semana da Vida,
proporcionando o encontro com esta ecologia integral, resulte para todos
em jubilosa celebração da vida acolhida, agradecida e partilhada”. (cf. Guião da Semana da Vida)
Desde 1994, a Conferência Episcopal Portuguesa, através da
Comissão Episcopal competente para a área da Família, organiza a Semana da
Vida.
Esta iniciativa vem na sequência do apelo lançado, em 1991, pelo
Papa João Paulo II, na Encíclica “O
Evangelho da Vida” sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana, ao
propor uma celebração que tenha por objectivo «suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o
reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos e
condições, concentrando a atenção de modo especial na gravidade do aborto e da
eutanásia, sem contudo menosprezar os outros momentos e aspectos da vida…»
(EV 85).
A Semana da Vida começa, habitualmente, no Dia Mundial da Família
que, este ano, se celebra no dia 15 de Maio.