- SEMANA CÁRITAS
Esta semana é, em Portugal, a semana Cáritas. O próximo Domingo,
3º Domingo da Quaresma, é o Dia Nacional da Cáritas. Durante esta semana,
realizam-se inúmeras actividades de carácter social e religioso para
sensibilizar para a partilha e para a atenção mais cuidada dos frágeis e
necessitados. De realçar os peditórios nas ruas e nas Igrejas de todo o país. Em
todas as dioceses, milhares de voluntários saem à rua para dar a cara de forma
empenhada e comprometida pelos mais pobres e excluídos. Em cada diocese, o
valor angariado neste peditório reverte para o trabalho de resposta às
necessidades das pessoas e famílias locais, que encontram na Cáritas resposta
às suas necessidades.
Este ano, a Semana Cáritas tem por lema: FAMÍLIA CONSTRUTORA DA
PAZ.
Na Igreja Matriz, no final das missas de Sábado e Domingo, dias 18
e 19 de Março, faremos o peditório para a Cáritas. Além deste sinal da nossa
solidariedade, somos convidados a rezar para que as famílias realizem o seu
projecto de amor e se tornem, na verdade, construtoras da paz.
- TEMPO DA QUARESMA
Da mensagem do Papa
Francisco para a Quaresma de 2017 (continuação)
“…A Palavra é um dom
O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos
bem para a Páscoa que se aproxima. A liturgia de Quarta-Feira de Cinzas
convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma tão dramática
o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote repete estas
palavras: «Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás-de voltar». De
facto, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola
desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem
que nós «nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm 6, 7).
Também o nosso olhar se abre para o Além, onde o rico tece um
longo diálogo com Abraão, a quem trata por «pai» (Lc 16, 24.27), dando mostras
de fazer parte do povo de Deus. Este detalhe torna ainda mais contraditória a
sua vida, porque até agora nada se disse da sua relação com Deus. Com efeito,
na sua vida, não havia lugar para Deus, sendo ele mesmo o seu único deus.
Só no meio dos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro e
queria que o pobre aliviasse os seus sofrimentos com um pouco de água. Os
gestos solicitados a Lázaro são semelhantes aos que o rico poderia ter feito,
mas nunca fez. Abraão, porém, explica-lhe: «Recebeste os teus bens na vida,
enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és
atormentado» (v. 25). No Além, restabelece-se uma certa equidade, e os males da
vida são contrabalançados pelo bem.
Mas a parábola continua, apresentando uma mensagem para todos os
cristãos. De facto o rico, que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande
Lázaro avisá-los; mas Abraão respondeu: «Têm Moisés e os Profetas; que os
oiçam» (v. 29). E, à sucessiva objecção do rico, acrescenta: «Se não dão
ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém
ressuscitar dentre os mortos» (v. 31).
Deste modo se patenteia o verdadeiro problema do rico: a raiz dos
seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a
Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é uma força
viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a
pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como
consequência fechar o coração ao dom do irmão.
Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos
renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no
próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as
ciladas do Tentador – indica-nos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos
guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o
dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos
Cristo presente nos irmãos necessitados. Encorajo todos os fiéis a expressar
esta renovação espiritual, inclusive participando nas Campanhas de Quaresma que
muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer
crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros
para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao
frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria
da Páscoa…”