SANTA TERESA
DE JESUS JORNET Y IBARS
Teresa de Jesus Jornet y Ibars nasceu no
dia 9 de Janeiro de 1843, em Aytona, Lleida, Espanha. Era filha de Francisco
Jornet e de Antonieta Ibars, uma família de agricultores ricos e, por isso,
recebeu uma cuidadosa educação. Estudou em Lleida e em Fraga, na região de
Huesca, e obteve o título de professora, em 1862. Em 1863, começou a trabalhar,
como professora, com seu tio-avô, Padre Francisco Palau y Quer, fundador das
Carmelitas Missionárias Descalças, em Ciudadela, Menorca, mas, na primavera do
ano seguinte, ao fracassar aquela Fundação, Teresa regressou à sua aldeia.
Naquela época, sem que seja possível especificar as datas, trabalhou como
professora em Argensola, Barcelona, na companhia da sua irmã Maria. Deve ter
estado ali poucos meses, porque de 1864 a 1868 morou na sua terra natal. Sentindo
o chamamento de Deus para se consagrar na vida religiosa, decidiu professar numa
das Ordens Religiosas mais austera. Entrou, então, em Julho de 1868, nas
Clarissas de Briviesca, Burgos, mas não pôde, ali, realizar a sua vocação, devido
a problemas de saúde. Deixou o Mosteiro em 1870.
Então, voltou a trabalhar com o seu tio,
que lhe pediu, na sua qualidade de professora com título oficial, para visitar
as casas das Carmelitas Terciárias, por ele fundadas. Porém, com a morte do
Padre Francisco Palau, em 1872, sentiu-se desligada de qualquer compromisso com
estas religiosas e voltou à casa paterna. Nesse mesmo ano, ao voltar das Termas
de Estadilla, na província de Huesca, onde tinha ido com a mãe, ouviu, em
Barbastro, falar do projecto da fundação um instituto de religiosas que se
dedicasse aos anciãos desamparados. Este projecto estava a ser idealizado pelo
Padre Saturnino López Novoa, chantre da Catedral de Huesca. Teresa visitou-o e
prometeu colaborar com ele. De facto, no dia 12 de Outubro de 1872, chegou a
Barbastro, na companhia da sua irmã, Maria, e de uma amiga Mercedes Calzada.
Estas três, juntamente com outras nove candidatas, formaram o núcleo da nova
Congregação, recebendo o hábito, em 27 de Janeiro de 1873.
Quatro dias depois, Teresa foi nomeada,
interinamente, pelo Vigário Capitular, Responsável-Geral da nova Congregação.
Em 8 de Maio de 1873, com outras seis religiosas, chegou a Valência, a pedido
da Associação de Católicos, para fundar uma casa-asilo. Dois dias depois, já
estavam instaladas e acolheram a primeira residente, uma idosa de noventa e
seis anos que era paralítica. O arcebispo de Valência, D. Mariano Barrio
Fernández, tornou-se o seu primeiro benfeitor e confirmou a Madre Teresa no seu
cargo de Responsável-Geral. Durante a revolução independentista de Julho de
1873, as religiosas retiraram-se para a vizinha cidade de Alboraya, mas regressaram
a Valência, em 9 de Agosto, o dia a seguir à tomada da cidade pelo General
Martínez Campos. Em 10 de Maio de 1874, abriu um segundo asilo, em Saragoça,
iniciando, assim, uma longa série de fundações. Durante a sua vida, foram
abertos cento e três asilos. Deixando Aragão e Valência, as religiosas foram
para outras regiões da Espanha e, assim, em 1875, abriram uma casa em Cabra,
Córdoba, e, no ano seguinte, outra em Burgos.
Apesar do seu delicado estado de saúde, a
Madre Teresa Jornet procurou, sempre, acompanhar as primeiras irmãs a chegar às
novas casas e permanecia com elas até que estivessem instaladas.
Em 29 de novembro de 1874, emitiu sua
profissão religiosa temporária, numa Congregação ainda somente de direito
diocesano. Mas, em 14 de Julho de 1876, foi obtido o ‘Decretum laudis’, de
Roma, que aprovava a nova Congregação. Teresa e as outras religiosas puderam,
por fim, professar solenemente no dia 8 de Julho de 1877. Confirmada como
Superiora-Geral por sucessivos capítulos-gerais, obteve, de Roma, em 1887, a
aprovação temporária das Constituições, que foram, definitivamente, aprovadas
dez anos depois. Enquanto isso, a Madre Teresa continuava, incansavelmente, a
fundar novas casas e resolvendo os problemas que surgiam. Um dos problemas – e
não o menor, por muito ridículo que pareça - foi o processo que teve de
enfrentar com uma congregação de origem francesa e que tinha o mesmo nome. Sem
o saber, o Padre Saturnino López Novoa e Teresa deram ao novo instituto o nome
de Irmãzinhas dos Pobres Desamparados, que já tinham umas religiosas francesas,
estabelecidas em Espanha desde 1863. Estas exigiam a integração das espanholas
na Congregação francesa ou tinham de mudar de nome. Esta questão durou até
1882, quando as religiosas espanholas concordaram em mudar o seu nome para o Irmãzinhas
dos Anciãos Desamparados, e
comprometendo-se, também, a não abrir as suas casas nas cidades e vilas onde já
se encontravam as freiras francesas.
Em 1885, a Madre Teresa aceitou que a Congregação
das Irmãzinhas dos Pobres Inválidos, fundada, em Cuba, pelo Cardeal Ciríaco
Sancha, se unisse à Congregação das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados, mandando àquela cidade um grupo das suas
religiosas e iniciando, assim, um rápido desenvolvimento por toda a América
latina.
Em 1896, foi confirmada, pela Santa Sé,
como Superiora-Geral, mas, pouco tempo depois, a Madre Teresa ficou gravemente
doente, morrendo, na casa de Liria, em 26 de Agosto de 1897, com fama de
santidade.
Os seus restos mortais foram transladados para
a casa-mãe de Valência, em 1904.
Teresa de Jesus Jornet y Ibars foi
beatificada, em Roma, no dia 27 de Abril de 1958, pelo Papa Pio XII. Foi canonizada,
pelo Papa Paulo VI, no dia 27 de Janeiro de 1974. O Papa João Paulo II proclamou-a
padroeira dos Anciãos.
A sua memória litúrgica é celebrada no dia
26 de Agosto.