BEATA MARIA ROSA FLESCH
Margarida era
a filha mais velha de Jorge Flesch e Inês Breitbach. Nasceu em Schoenstatt,
perto de Koblenz, na Alemanha (nesta cidade foi fundado o Movimento Apostólico
de Schoenstatt pelo Servo de Deus José Kentenich), a 4 de Fevereiro de 1826.
Nessa altura o seu pai trabalhava no lagar de azeite do antigo mosteiro
agostiniano; mas, após o nascimento de outras duas filhas, Marianna e Cristina,
teve que procurar um trabalho mais rentável e encontrou-o em Urbach, perto de
Unkel: foi a primeira das muitas deslocações em busca de trabalho, até à
definitiva, em Niederbraitbach, no vale da torrente Focken.
Em
Aos catorze
anos, foi admitida à Primeira Comunhão. Na noite seguinte - após o primeiro
encontro com Jesus - em oração, diante do Sacrário e, a partir de então,
participou diariamente na Missa, recebendo a Jesus, na Eucaristia.
Com a morte do
pai, em 2 de Abril de
Como os seus
irmãos, agora podiam sustentar-se; ela pôde dedicar-se totalmente aos pobres,
aos idosos e aos órfãos. No Dia de Todos os Santos daquele ano, juntamente com a
sua irmã Mariana, que sofria de epilepsia, mudou-se para uma casa anexa a uma
capela dedicada à Santa Cruz.
Em 1856, juntou-se
a ela a sua primeira associada, Margarida Bonner, e, pouco depois, outra,
Gertrudes Beisel. Juntamente com elas, embora a casa fosse desprovida de
aquecimento e conforto, ela continuou o seu trabalho de caridade,
sustentando-se com trabalhos de costura e ensinando as crianças; mas, os
pequenos quartos que tinha à sua disposição já não eram suficientes: assim,
começou a construção de uma nova casa, no cimo da montanha localizada atrás da
capela.
No entanto, as
dificuldades continuaram: a pequena comunidade teve que ceder a capela e os
quartos aos Irmãos Franciscanos da Santa Cruz, fundados pelo irmão Tiago
(nascido Pedro) Wirth, antigo colega de escola de Margarida, que também a
apoiou e incentivou. O pároco de Waldbreitbach, Jakob Gomm, com quem mantinha
relações, desde 1850, rejeitou a perspectiva de fundar uma nova instituição.
Porém, ajudada
por um dos seus irmãos, conseguiu adquirir uma casa, em 1857, dedicando uma ala
para abrigar os enfermos. Sem o apoio da paróquia, conseguiu uma casa
confortável com uma ala para enfermos. Finalmente, em 13 de Março de 1863, o
bispo de Trier aprovou a nova fundação e admitiu Margarida e as suas
companheiras à profissão religiosa e à tomada do hábito religioso.
Com o novo
nome - Irmã Maria Rosa - ela liderou as suas irmãs e acompanhou a expansão do
Instituto, a partir da inauguração das primeiras filiais na região de Eifel, na
Vestfália. As freiras ainda não tinham um estatuto, que chegaria só em 21 de Outubro
de 1869, com o primeiro Capítulo Geral. Na mesma ocasião, a Irmã Maria Rosa foi
eleita Madre-Geral e o Instituto recebeu o nome de Religiosas Franciscanas de
Santa Maria dos Anjos, compartilhando o título da igreja da Porciúncula, de
Assis.
A sua
dedicação a Cristo foi marcada por uma genuína espiritualidade franciscana,
como se depreende das suas outras palavras: «Só na pobreza me foi prometida a
ajuda de Deus, não em abundância».
A determinação
das freiras foi notória durante a Guerra Franco-Prussiana, de 1870. Mais de
cinquenta delas, ou seja, cerca de metade dos membros do Instituto,
dedicaram-se à assistência aos feridos. Doze morreram, enquanto a própria
Fundadora, ferida no ombro por uma bala, recebeu uma condecoração por valor.
Além disso, estava convencida de que «é através do serviço aos outros, prestado
com amor, que alcançamos uma realização e uma união especial com Nosso Senhor».
Porém, devido ao Kulturkampf, [o termo Kulturkampf significa “luta pela cultura” em alemão, e foi
utilizado, pela primeira vez, pelo chanceler alemão Otto von Bismarck durante o
período do Império Alemão, entre 1871 e 1878. Esta expressão refere-se a uma
série de medidas políticas e legislativas, implementadas pelo governo alemão,
com o objectivo de limitar a influência da Igreja Católica, no país, e promover
a supremacia do Estado. As leis aprovadas geraram grandes conflitos entre a
Igreja - que se sentia perseguida - e o Estado] o campo da educação e o cuidado dos órfãos foi
fechado às freiras, que tiveram que limitar-se a cuidar dos enfermos.
A Madre Maria
Rosa foi reeleita para dois mandatos consecutivos, até 1878, quando entregou o
cargo à Irmã Ágata Simons, até então Secretária-Geral. Sem qualquer razão
razoável, a nova superiora enviou a Irmã Maria Rosa para a filial mais
distante, em Niederwenigern, onde lhe foi atribuída uma cela sem janelas: foi
tratada como a última das freiras. Ela, por sua vez, aceitou todas essas
humilhações durante vinte e oito anos, perdoando repetidamente àquelas que as
causaram, incluindo o director espiritual da comunidade, o Padre Konrad Probst.
A Irmã Maria
Rosa Flesch faleceu no dia 25 de Março de 1906, depois de receber, devotamente,
os Sacramentos, e foi sepultada num túmulo simples, no cemitério da Casa-Mãe.
Durante muitos
anos, a sua memória permaneceu deliberadamente escondida, tanto que as freiras
mais novas só tinham ouvido falar dela pela sua habilidade como bordadeira de
vestes sagradas e investigadora de ervas medicinais. Somente após a morte do
Padre Probst é que ela foi transferida para uma nova cripta, ainda no cemitério
da Casa-Mãe.
Em 18 de Março
de 1857, na diocese de Trier, teve início o seu processo de beatificação.
A beatificação
da Madre Maria Rosa ocorreu na Catedral de Trier, no dia 4 de Maio de 2008, com
a celebração eucarística presidida pelo Cardeal Joaquim Meisner, Arcebispo de
Colônia, como enviado do Papa Bento XVI.
Hoje, as Irmãs
Franciscanas de Santa Maria dos Anjos, também conhecidas por Franciscanas de
Waldbreitbach - agregadas à Ordem dos Frades Menores, em 28 de Agosto de 1903 e
de direito pontifício, desde 12 de Dezembro de 1912 - estão difundidas na Alemanha,
Holanda, Estados Unidos e Brasil.
A memória litúrgica
da Beata Maria Rosa Flesch é celebrada no dia 25 de Março.