BEATA PAULINA DE MALLINCKRODT
A mais velha de quatro filhos,
Paulina de Mallinckrodt, nasceu em Minden (Vestefália), na Alemanha, o dia 3 de
Junho de 1817. O seu pai, de fé protestante, era descendente de uma antiga e
nobre família de Dortmund e herdou, dos seus antepassados, a lealdade ao
dever, a integridade e a rectidão. A sua mãe pertencia a uma nobre família
católica de Paderborn.
A família, seguindo os
compromissos profissionais do pai, mudou-se para Aachen, em 1826, onde a vida
social e, principalmente, católica era mais intensa do que em Minden.
A partir de
Depois de mais uma mudança
familiar para Boeddeken-Paderborn, Paulina dedicou-se, cada vez mais, às
crianças pobres e a partir de 1842 também às crianças cegas, pelas quais, até
então, na região, nada tinha sido feito por elas.
Após a morte do pai, em 1842,
Paulina quis dedicar-se mais intensamente às crianças cegas, entrando em contacto
com algumas instituições religiosas que se dispuseram a interessar-se por ela,
mas não obteve grande sucesso.
Então, inesperadamente, recebeu
o conselho do bispo-auxiliar de Colónia, a quem havia confiado o seu projecto,
para fundar ela mesma uma instituição dedicada a esse fim. Paulina escreveu na
sua autobiografia: “Esse conselho veio de forma totalmente inesperada; mas, ao
mesmo tempo, eu estava pronta para segui-lo e, no mais profundo da minha alma,
senti que era bom e agradável a Deus”.
Corria o ano de 1846, mas
muitas dificuldades impediram a concretização do projecto, mesmo quando tudo
parecia viável. Finalmente, depois de receber a permissão do bispo de Paderborn
e do Governo, em 21 de Agosto de
A Madre Paulina, pelo
compromisso que assumiu na sua Congregação em favor dos mais fracos, foi
considerada uma típica mulher católica do seu país - tal como o seu irmão
Ermano de Mallinckrodt, um político católico - e apelidada de 'honestidade vestefaliana'.
A força interior que soube
incutir na sua Comunidade permitiu-lhe sobreviver, com alegria, à tempestade do
'Kulturkampf' na Alemanha, que, a partir de 1871, liderado por Bismarck,
empreendeu uma luta contra a influência política e cultural da Igreja Católica,
na Alemanha.
A Obra da Madre Paulina, que se
difundiu e se expandiu em 30 anos, já contava com 245 freiras e cerca de trinta
campos de actividade, mas com estas leis restritivas às iniciativas católicas
foi quase totalmente destruída; a Casa-Mãe, dissolvida pelo governo prussiano,
foi transferida, em 1876, para Mont-St-Guibert, na Bélgica, onde funcionou até
1887.
As freiras espalharam-se pelo
Liechtenstein, Boêmia e Itália; em 1873, Paulina foi para os Estados Unidos,
para novas fundações e, em 1874, enviou as primeiras freiras para o Chile.
Depois de ter regressado à
Europa, nos anos de 1879 e 1880, dedicou-os a visitar todas as suas freiras,
quer na Europa, quer nas Américas.
A Madre Paulina adoeceu
gravemente e morreu em 30 de Abril de 1881.
Quando ela morreu, a
Congregação tinha 492 freiras e 45 casas nos dois continentes; em 1951 eram
2.300 religiosas e em 1960, 2.654, agora espalhadas por todos os continentes,
empenhadas, então como agora, na formação e educação dos jovens, bem como no
serviço pastoral e caritativo.
No primeiro rascunho das
Constituições, escreveu: “A Congregação colocou-se à disposição do Senhor Bispo
para servi-lo, intimamente unida à Santa Igreja, com todas as suas forças e
para ser e permanecer um ramo vivo e fecundo da sua videira".
A imagem da videira e dos ramos
continuou a ser uma componente essencial da Constituição das “Irmãs da Caridade
Cristã”, que em 1999 celebraram os 150 anos da sua fundação. Com a ajuda de
Deus superaram muitos momentos difíceis e persecutórios, em sucessivos períodos
históricos; durante o período Nazi, a Casa-Mãe de Paderborn foi completamente
destruída.
Foi beatificada pelo Papa João
Paulo II, em 14 de Abril de 1985.
A memória litúrgica de Paulina
de Mallinckrodt é celebrada no dia 30 de Abril.