SANTA ROSA VENERINI
Rosa Venerini nasceu em Viterbo, Itália, no dia 9 de Fevereiro de 1656. O seu pai, Godofredo, natural de Castelleone di Suasa, Ancona, depois de se formar em medicina, em Roma, mudou-se para Viterbo e exerceu brilhantemente a profissão de médico no Hospital da cidade. Do seu casamento com Márcia Zampichetti, de uma antiga família de Viterbo, nasceram quatro filhos: Domingos, Maria Madalena, Rosa, Horácio.
Rosa foi dotada, por natureza, de uma inteligência e sensibilidade humanas incomuns. A educação que recebeu em casa permitiu-lhe desenvolver os numerosos talentos da mente e do coração e formar sólidos princípios cristãos. Aos sete anos - segundo o seu primeiro biógrafo, o Padre Jerónimo Andreucci - jurou consagrar toda a sua vida a Deus. Durante a sua juventude, ela experimentou o conflito entre as atrações do mundo e a promessa feita a Deus. Superou a crise com oração confiante e com mortificação.
Aos 20 anos, Rosa questionou-se sobre o seu futuro. As mulheres do seu tempo só podiam escolher duas orientações de vida: casamento ou convento. Rosa tinha apreço pelos dois caminhos… Mas sentia-se chamada a realizar outro projecto em benefício da Igreja e da sociedade do seu tempo. Impulsionada por sentimentos interiores, verdadeiramente proféticos, demorou muito tempo, em sofrimento e investigação, até chegar a uma solução completamente inovadora.
No Outono de 1676, de acordo com o pai, Rosa entrou, como externa, no Mosteiro Dominicano de Santa Catarina, em Viterbo, para fazer a experiência da vida claustral, na perspectiva de cumprir o seu voto de se consagrar ao Senhor. Ao lado da sua tia, Ana Cecília, aprendeu a ouvir Deus, no silêncio e na meditação. Permaneceu no Mosteiro durante alguns meses: a morte prematura do seu pai forçou-a a retornar para junto da sua mãe. Nos anos seguintes, Rosa teve de lidar com acontecimentos graves, na sua família: o seu irmão Domingos morreu com apenas 27 anos; poucos meses depois, morreu, também, a sua mãe, incapaz de suportar a dor. Entretanto, Maria Madalena casou-se.
Apenas Horácio e Rosa, agora com 24 anos, permaneceram em casa. Movida pelo desejo de fazer algo de grande para Deus, em Maio de 1684, Rosa começou a reunir, na sua casa, as raparigas e as mulheres do seu bairro para rezar o Terço. O modo de rezar das jovens e das mães, mas, sobretudo os diálogos que precediam e seguiam a oração, abriram a mente e o coração de Rosa para a triste realidade: a mulher do povo era escrava da pobreza cultural, moral e espiritual. Ela compreendeu, então, que o Senhor a chamava para uma missão superior que ela identificou, gradualmente, com a urgência de se dedicar à educação e à formação cristã das jovens, não com encontros esporádicos, mas com uma escola entendida no verdadeiro sentido da palavra.
No dia 30 de Agosto de 1685, com a aprovação do Bispo de Viterbo, o Cardeal Urbano Sacchetti, e com a colaboração de duas companheiras, Jerónima Coluzzelli e Porzia Bacci, Rosa deixou a casa do pai para iniciar a sua primeira escola, desenhada segundo um projecto original que ela tinha amadurecida na oração e na busca da vontade de Deus. O primeiro objectivo era dar, às meninas do povo, uma educação cristã completa e prepará-las para a vida civil. Sem grandes pretensões, Rosa abriu a primeira “escola pública para meninas da Itália”. As origens eram humildes, mas o alcance era profético: a promoção humana e a elevação espiritual das mulheres eram uma realidade que não demoraria a ganhar o reconhecimento das autoridades religiosas e civis.
Os inícios não foram fáceis. As três professoras tiveram de enfrentar a resistência do clero, que se viu privado da função exclusiva de ensinar o catecismo. Mas, a desconfiança mais dura veio de pessoas ilustres que ficaram escandalizadas com a audácia desta mulher da classe média alta de Viterbo, que levou a sério a educação das meninas de baixa posição. Rosa enfrentou tudo por amor de Deus e com a força que lhe era própria e continuou no caminho que empreendeu, agora certa de que estava no verdadeiro plano de Deus.
Os frutos provaram que ela tinha razão: os próprios párocos perceberam a recuperação moral das meninas e das mães, fruto do trabalho educativo que ela realizava. A validade da iniciativa foi reconhecida e a fama ultrapassou os limites da Diocese. O Cardeal Marco Antonio Barbarigo, Bispo de Montefiascone, compreendeu a genialidade do projecto de Viterbo e chamou Rosa para iniciar a sua Obra, na sua Diocese. A Fundadora, sempre disposta a sacrificar-se pela glória de Deus, respondeu ao convite: de1692 a
1694 abriu cerca de dez escolas em Montefiascone e nas aldeias vizinhas do Lago
Bolsena. O Cardeal forneceu os meios materiais e Rosa sensibilizou as famílias,
formou os professores e organizou a escola. Quando teve de regressar a Viterbo,
para esperar a consolidação da sua primeira obra, Rosa confiou as escolas e os
professores à direcção de uma jovem, Lúcia Filippini (canonizada em 22 de Junho
de 1930, pelo Papa Pio XI) cujos dons particulares de mente, coração e espírito
ela havia vislumbrado.
Após as inaugurações de Viterbo e Montefiascone, outras escolas foram criadas, no Lazio [é uma região da Itália central cuja capital é Roma, aqui foi fundada, acredita-se que no século VIII a.C.]
Rosa chegou a Roma, em 1706, mas a sua primeira experiência romana foi para ela um verdadeiro fracasso que a marcou profundamente e a obrigou a esperar seis longos anos antes de reconquistar a confiança das Autoridades. No dia 8 de Dezembro de 1713, com a ajuda do Abade Degli Atti, grande amigo da família Venerini, Rosa conseguiu abrir a sua própria escola, no centro de Roma, nas encostas do Monte Capitolino. No dia 24 de Outubro de 1716, recebeu a visita do Papa Clemente XI que, acompanhado de oito Cardeais, quis assistir às aulas. Espantado e satisfeito, no final da manhã dirigiu-se à Fundadora com estas palavras: «Senhora, Rosa, você faz o que nós não podemos fazer. Muito obrigado porque, com estas escolas, você santificará Roma». A partir desse momento, Governadores e Cardeais solicitaram escolas para as suas terras. O compromisso da Fundadora tornou-se intenso, feito de peregrinações e esforços para a formação de novas comunidades, entrelaçados de alegrias e sacrifícios. Onde foi construída uma nova escola, notou-se rapidamente uma recuperação moral dos jovens.
Rosa Venerini morreu, santamente, na Casa de São Marcos, em Roma, na noite de 7 de Maio de 1728. Ao longo da sua vida, Rosa abriu mais de 40 escolas. Os seus restos mortais foram enterrados na Igreja de Jesus, que ela tanto amava. Em 1952, por ocasião da sua Beatificação, foram transladados para a capela da Casa-Geral de Roma.
Rosa Venerini foi beatificada, no dia 4 de Maio de 1952, pelo Papa Pio XII e canonizada pelo Papa Bento XVI, no dia 15 de Outubro de 2006, na Praça de São Pedro, Roma. Na homilia, o Papa referiu: “…Santa Rosa Venerini é exemplo de discípula fiel de Cristo, pronta a abandonar tudo para cumprir a vontade de Deus. Gostava de repetir: "estou presa a tal ponto na vontade divina, que não me importa nem morte, nem vida: desejo viver o que Ele quer, e desejo servi-lo em tudo o que lhe apraz, e nada mais" (Biografia Andreucci, p. 515). Deste seu abandono a Deus brotava a actividade clarividente que desempenhava com coragem a favor da elevação espiritual e da autêntica emancipação das jovens mulheres do seu tempo. Santa Rosa não se contentava em dar às jovens uma adequada instrução, mas preocupava-se em lhes garantir uma formação completa, com sólidas referências ao ensinamento doutrinal da Igreja. O seu estilo apostólico continua a caracterizar, ainda hoje, a vida da Congregação das Mestras Pias Venerini, por ela fundada. E como é actual e importante também para a sociedade de hoje o serviço que elas desempenham no campo da escola e sobretudo da formação da mulher!...”
Rosa Venerini nasceu em Viterbo, Itália, no dia 9 de Fevereiro de 1656. O seu pai, Godofredo, natural de Castelleone di Suasa, Ancona, depois de se formar em medicina, em Roma, mudou-se para Viterbo e exerceu brilhantemente a profissão de médico no Hospital da cidade. Do seu casamento com Márcia Zampichetti, de uma antiga família de Viterbo, nasceram quatro filhos: Domingos, Maria Madalena, Rosa, Horácio.
Rosa foi dotada, por natureza, de uma inteligência e sensibilidade humanas incomuns. A educação que recebeu em casa permitiu-lhe desenvolver os numerosos talentos da mente e do coração e formar sólidos princípios cristãos. Aos sete anos - segundo o seu primeiro biógrafo, o Padre Jerónimo Andreucci - jurou consagrar toda a sua vida a Deus. Durante a sua juventude, ela experimentou o conflito entre as atrações do mundo e a promessa feita a Deus. Superou a crise com oração confiante e com mortificação.
Aos 20 anos, Rosa questionou-se sobre o seu futuro. As mulheres do seu tempo só podiam escolher duas orientações de vida: casamento ou convento. Rosa tinha apreço pelos dois caminhos… Mas sentia-se chamada a realizar outro projecto em benefício da Igreja e da sociedade do seu tempo. Impulsionada por sentimentos interiores, verdadeiramente proféticos, demorou muito tempo, em sofrimento e investigação, até chegar a uma solução completamente inovadora.
No Outono de 1676, de acordo com o pai, Rosa entrou, como externa, no Mosteiro Dominicano de Santa Catarina, em Viterbo, para fazer a experiência da vida claustral, na perspectiva de cumprir o seu voto de se consagrar ao Senhor. Ao lado da sua tia, Ana Cecília, aprendeu a ouvir Deus, no silêncio e na meditação. Permaneceu no Mosteiro durante alguns meses: a morte prematura do seu pai forçou-a a retornar para junto da sua mãe. Nos anos seguintes, Rosa teve de lidar com acontecimentos graves, na sua família: o seu irmão Domingos morreu com apenas 27 anos; poucos meses depois, morreu, também, a sua mãe, incapaz de suportar a dor. Entretanto, Maria Madalena casou-se.
Apenas Horácio e Rosa, agora com 24 anos, permaneceram em casa. Movida pelo desejo de fazer algo de grande para Deus, em Maio de 1684, Rosa começou a reunir, na sua casa, as raparigas e as mulheres do seu bairro para rezar o Terço. O modo de rezar das jovens e das mães, mas, sobretudo os diálogos que precediam e seguiam a oração, abriram a mente e o coração de Rosa para a triste realidade: a mulher do povo era escrava da pobreza cultural, moral e espiritual. Ela compreendeu, então, que o Senhor a chamava para uma missão superior que ela identificou, gradualmente, com a urgência de se dedicar à educação e à formação cristã das jovens, não com encontros esporádicos, mas com uma escola entendida no verdadeiro sentido da palavra.
No dia 30 de Agosto de 1685, com a aprovação do Bispo de Viterbo, o Cardeal Urbano Sacchetti, e com a colaboração de duas companheiras, Jerónima Coluzzelli e Porzia Bacci, Rosa deixou a casa do pai para iniciar a sua primeira escola, desenhada segundo um projecto original que ela tinha amadurecida na oração e na busca da vontade de Deus. O primeiro objectivo era dar, às meninas do povo, uma educação cristã completa e prepará-las para a vida civil. Sem grandes pretensões, Rosa abriu a primeira “escola pública para meninas da Itália”. As origens eram humildes, mas o alcance era profético: a promoção humana e a elevação espiritual das mulheres eram uma realidade que não demoraria a ganhar o reconhecimento das autoridades religiosas e civis.
Os inícios não foram fáceis. As três professoras tiveram de enfrentar a resistência do clero, que se viu privado da função exclusiva de ensinar o catecismo. Mas, a desconfiança mais dura veio de pessoas ilustres que ficaram escandalizadas com a audácia desta mulher da classe média alta de Viterbo, que levou a sério a educação das meninas de baixa posição. Rosa enfrentou tudo por amor de Deus e com a força que lhe era própria e continuou no caminho que empreendeu, agora certa de que estava no verdadeiro plano de Deus.
Os frutos provaram que ela tinha razão: os próprios párocos perceberam a recuperação moral das meninas e das mães, fruto do trabalho educativo que ela realizava. A validade da iniciativa foi reconhecida e a fama ultrapassou os limites da Diocese. O Cardeal Marco Antonio Barbarigo, Bispo de Montefiascone, compreendeu a genialidade do projecto de Viterbo e chamou Rosa para iniciar a sua Obra, na sua Diocese. A Fundadora, sempre disposta a sacrificar-se pela glória de Deus, respondeu ao convite: de
Após as inaugurações de Viterbo e Montefiascone, outras escolas foram criadas, no Lazio [é uma região da Itália central cuja capital é Roma, aqui foi fundada, acredita-se que no século VIII a.C.]
Rosa chegou a Roma, em 1706, mas a sua primeira experiência romana foi para ela um verdadeiro fracasso que a marcou profundamente e a obrigou a esperar seis longos anos antes de reconquistar a confiança das Autoridades. No dia 8 de Dezembro de 1713, com a ajuda do Abade Degli Atti, grande amigo da família Venerini, Rosa conseguiu abrir a sua própria escola, no centro de Roma, nas encostas do Monte Capitolino. No dia 24 de Outubro de 1716, recebeu a visita do Papa Clemente XI que, acompanhado de oito Cardeais, quis assistir às aulas. Espantado e satisfeito, no final da manhã dirigiu-se à Fundadora com estas palavras: «Senhora, Rosa, você faz o que nós não podemos fazer. Muito obrigado porque, com estas escolas, você santificará Roma». A partir desse momento, Governadores e Cardeais solicitaram escolas para as suas terras. O compromisso da Fundadora tornou-se intenso, feito de peregrinações e esforços para a formação de novas comunidades, entrelaçados de alegrias e sacrifícios. Onde foi construída uma nova escola, notou-se rapidamente uma recuperação moral dos jovens.
Rosa Venerini morreu, santamente, na Casa de São Marcos, em Roma, na noite de 7 de Maio de 1728. Ao longo da sua vida, Rosa abriu mais de 40 escolas. Os seus restos mortais foram enterrados na Igreja de Jesus, que ela tanto amava. Em 1952, por ocasião da sua Beatificação, foram transladados para a capela da Casa-Geral de Roma.
Rosa Venerini foi beatificada, no dia 4 de Maio de 1952, pelo Papa Pio XII e canonizada pelo Papa Bento XVI, no dia 15 de Outubro de 2006, na Praça de São Pedro, Roma. Na homilia, o Papa referiu: “…Santa Rosa Venerini é exemplo de discípula fiel de Cristo, pronta a abandonar tudo para cumprir a vontade de Deus. Gostava de repetir: "estou presa a tal ponto na vontade divina, que não me importa nem morte, nem vida: desejo viver o que Ele quer, e desejo servi-lo em tudo o que lhe apraz, e nada mais" (Biografia Andreucci, p. 515). Deste seu abandono a Deus brotava a actividade clarividente que desempenhava com coragem a favor da elevação espiritual e da autêntica emancipação das jovens mulheres do seu tempo. Santa Rosa não se contentava em dar às jovens uma adequada instrução, mas preocupava-se em lhes garantir uma formação completa, com sólidas referências ao ensinamento doutrinal da Igreja. O seu estilo apostólico continua a caracterizar, ainda hoje, a vida da Congregação das Mestras Pias Venerini, por ela fundada. E como é actual e importante também para a sociedade de hoje o serviço que elas desempenham no campo da escola e sobretudo da formação da mulher!...”