BEATO EDUARDO JOÃO MARIA POPPE
Eduardo João Maria Poppe nasceu em
Temsche, na Bélgica, no dia 18 de Dezembro de 1890, numa família bastante modesta;
era o terceiro de onze filhos. Em casa, teve uma educação profundamente religiosa,
continuada com os Irmãos da Caridade, com quem concluiu, com sucesso, os
estudos primários. Do pai herdou a honestidade e a paixão pelo trabalho; da mãe
a fé profunda e a capacidade de ser ouvido até pelos “cabeças duras”.
O pai, padeiro de profissão, ficou muito desiludido quando Eduardo lhe disse que queria ser padre e que, por isso, não poderia continuar a ajudá-lo no trabalho da padaria. O pai revelou-lhe que estava a ponderar a ampliação da padaria e que esperava a sua ajuda. Mas, “os filhos não são nossos”, comentava aquele pai, rico na fé, deixando-o ir para o Seminário. Na sua fé e simplicidade, ele foi recompensado com outras seis vocações: outro filho, também, foi sacerdote; as cinco filhas consagraram-se na vida religiosa.
Aos quinze anos, entrou no Seminário de Sint-Niklaa, na diocese de Gante, sendo exemplo e estímulo para os seus colegas.
No ano seguinte, o seu pai faleceu, exausto pelo cansaço. Eduardo pensou voltar para casa para ajudar a criar os irmãos. Mas, a mãe confidenciou-lhe que, no leito da morte, o pai a fez prometer que, mesmo a custo de qualquer sacrifício, o convenceria a continuar no seminário. Ela começa a trabalhar no duro, para deixar os outros seis filhos irem embora, também.
Eduardo prestou serviço militar, em Lovaina, em 1910, e, ao mesmo tempo, matriculou-se na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica, daquela cidade. No serviço militar viveu dois anos de “inferno”, atormentado principalmente quando se espalhou a notícia de que queria ser padre. Mas, o serviço militar deu-lhe, também, a oportunidade de desenvolver a sua vocação ao sacerdócio, apesar de muitas e duras provações, dedicando-se a um apostolado inteligente e fecundo entre os soldados, difundindo a devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora, da qual se tornaria um grande propagador entre as crianças e os sacerdotes.
Aos 22 anos, Eduardo Poppe, em 1912, após completar o serviço militar, entrou no Seminário filosófico Leão XIII, de Lovaina. O tempo do Seminário foi para ele um período de intensa vida espiritual; do “Tratado da verdadeira devoção a Maria”, escrito por São Luís Grignon de Montfort, assimilou a sua doutrina e o seu espírito, praticando a “escravidão do amor”.
Formou-se em Filosofia e Literatura em 14 de Julho de 1913, passando depois para o Seminário Maior de sua Diocese de Gent (Gante), para terminar os estudos teológicos. Durante as férias, na sua cidade natal de Temsche (Tamise), iniciou o seu apostolado entre os jovens e as crianças, especialmente no ensino do catecismo e da liturgia.
Em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, foi novamente convocado e apenas um ano depois conseguiu obter dispensa. No entanto, não foram anos inúteis, tanto porque para o bem ou para o mal ainda conseguiu estudar, mas sobretudo porque entretanto “conheceu” três pessoas que mudaram a sua vida. O primeiro é, certamente, São Luís Grignion de Monfort, cujos escritos abordou com hesitação inicial e não sem dificuldade, mas que acabou por lhe transmitir um grande amor por Nossa Senhora; depois, Teresa de Lisieux, ainda não beatificada, na época, que o encanta com seu “jeitinho” e sua oferta incondicional ao amor misericordioso; finalmente o Padre Chevrier, que lhe transmite a sua predilecção pelos humildes e o fascina pelo seu amor pela pobreza. Neste ano, prestou serviço na Cruz Vermelha, encarregado de ambulâncias e auxiliando os feridos de guerra, como enfermeiro.
Em Abril de 1915, regressou ao Seminário de Gante, onde, no dia 1 de Maio de 1916, foi ordenado sacerdote.
Foi nomeado vice-vigário da paróquia de Santa Coleta, em Gante, iniciando o seu ministério especialmente entre os pobres. O apostolado não reduziu as horas dedicadas à oração e à adoração eucarística, durante o dia e a noite. Sempre humilde, pobre, desapegado, preparou as crianças para a Primeira Comunhão: quase todas eram filhas de socialistas e anticlericais. Para isso, formou um grupo de catequistas eucarísticos que se multiplicou prodigiosamente, chegando a outras paróquias da diocese. Para eles escreveu o “Manual da Catequista Eucarístico” em 1917, criando, assim, o método educativo eucarístico, segundo os decretos do Papa São Pio X.
Criou a “Liga da Comunhão Frequente” entre crianças e trabalhadores. Em Outubro de 1918, teve de interromper o seu apostolado, porque foi transferido como director para o convento das Irmãs de São Vicente de Paulo, em Moerzeke-lez-Termonde. No silêncio e na meditação, amadureceu os seus melhores trabalhos.
Para as crianças da “Cruzada Eucarística Pio X”, de toda a Bélgica, publicou um semanário com o título ‘Zonneland’ (País do Sol), para que, todas as semanas, os seus pequenos leitores recebessem a sua mensagem, escrita com vivacidade e linguagem simples, mas rica de paixão eucarística e mariana.
A sua obra difundiu-se, também,
entre os sacerdotes, que lhe pediam conselhos sobre a sua vida interior e o
Padre Poppe encorajou-os ao culto e ao apostolado eucarístico e à devoção a
Maria.
Em Maio de 1919, sofreu um ataque cardíaco e foi obrigado a passar os seus dias na cama ou reclinado numa poltrona. Escreveu, então, as suas obras mais conhecidas para sacerdotes: em 1920, a “Direcção Espiritual das Crianças”; em 1923, “Vamos salvar os trabalhadores”; novamente em 1923 “Apostolado Eucarístico Paroquial”; em 1924, “O método educativo eucarístico” e “O amigo das crianças” que atingiu, imediatamente, a tiragem de 200.000 exemplares em flamengo; mais quatro obras que foram publicadas após sua morte.
Mas, o “método educativo eucarístico” foi a obra que lhe valeu o título de ‘pedagogo da Eucaristia’ e que foi considerada, pelo Cardeal Mercier, da Bélgica “uma pequena obra-prima”...." páginas curtas ricas de substância cristã, permeadas de caridade sacerdotal, bem adaptada à obra da educação cristã”.
Em 1921, o Cardeal nomeou-o director espiritual do CIBI, reservado aos missionários religiosos, estudantes de teologia e clérigos obrigados ao serviço militar. O Padre Eduardo Poppe foi viver para Leopoldsburg, realizando um ministério intenso e fecundo entre os jovens destinados ao altar.
Foi um grande pedagogo da Eucaristia; toda a sua vida de sacerdote esteve centrada nesta espiritualidade e na orientação do sacerdócio eucarístico.
O Padre Poppe morreu repentinamente, no convento de Moerzeke-lez-Termonde, no dia 10 de Junho de 1924, onde tinha ido passar umas breves férias. Tinha apenas 34 anos.
O Padre Eduardo Poppe foi beatificado, em Roma, pelo Papa João Paulo II, no dia 3 de Outubro de 1999. Na missa da beatificação, disse o Papa: “… "Cantarei para o meu amigo o cântico de amor pela sua vinha". Estas palavras do livro de Isaías, que acabámos de escutar, aplicam-se ao Padre Eduardo Poppe, que consagrou a sua vida a Cristo no ministério sacerdotal. Hoje, ele torna-se um modelo para os sacerdotes, sobretudo para os do seu país, a Bélgica. Convida-os a conformar a sua vida com a de Cristo Pastor, para serem "sacerdotes de fogo" como Ele, apaixonados por Deus e pelos seus irmãos. A acção pastoral só é verdadeiramente fecunda na contemplação. Ela alimenta-se do encontro íntimo com o divino Mestre, que une o ser interior em vista de cumprir a sua vontade. Convido os sacerdotes a fazerem sempre da Eucaristia o centro da sua existência e do seu ministério, como o Beato Poppe. Ao deixarem-se iluminar por Cristo, poderão transmitir a luz.
Seguindo o exemplo do novo Beato, oxalá todas as pessoas que têm a missão catequética dediquem o tempo necessário ao encontro com Cristo! Através do seu ensinamento e das suas acções, elas darão testemunho do Evangelho, fá-lo-ão conhecer ao próximo, sobretudo aos jovens, que procuram a verdade e a fonte de vida, as exigências morais que levam ao bem-estar. O Padre Poppe, que conheceu a provação, dirige uma mensagem aos doentes, recordando-lhes que a oração e o amor de Maria são essenciais para o empenho missionário da Igreja. Peçamos ao Senhor que envie para a sua vinha sacerdotes à imagem do Beato Poppe!
A sua memória litúrgica é celebrada no dia 10 de Junho.
O pai, padeiro de profissão, ficou muito desiludido quando Eduardo lhe disse que queria ser padre e que, por isso, não poderia continuar a ajudá-lo no trabalho da padaria. O pai revelou-lhe que estava a ponderar a ampliação da padaria e que esperava a sua ajuda. Mas, “os filhos não são nossos”, comentava aquele pai, rico na fé, deixando-o ir para o Seminário. Na sua fé e simplicidade, ele foi recompensado com outras seis vocações: outro filho, também, foi sacerdote; as cinco filhas consagraram-se na vida religiosa.
Aos quinze anos, entrou no Seminário de Sint-Niklaa, na diocese de Gante, sendo exemplo e estímulo para os seus colegas.
No ano seguinte, o seu pai faleceu, exausto pelo cansaço. Eduardo pensou voltar para casa para ajudar a criar os irmãos. Mas, a mãe confidenciou-lhe que, no leito da morte, o pai a fez prometer que, mesmo a custo de qualquer sacrifício, o convenceria a continuar no seminário. Ela começa a trabalhar no duro, para deixar os outros seis filhos irem embora, também.
Eduardo prestou serviço militar, em Lovaina, em 1910, e, ao mesmo tempo, matriculou-se na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica, daquela cidade. No serviço militar viveu dois anos de “inferno”, atormentado principalmente quando se espalhou a notícia de que queria ser padre. Mas, o serviço militar deu-lhe, também, a oportunidade de desenvolver a sua vocação ao sacerdócio, apesar de muitas e duras provações, dedicando-se a um apostolado inteligente e fecundo entre os soldados, difundindo a devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora, da qual se tornaria um grande propagador entre as crianças e os sacerdotes.
Aos 22 anos, Eduardo Poppe, em 1912, após completar o serviço militar, entrou no Seminário filosófico Leão XIII, de Lovaina. O tempo do Seminário foi para ele um período de intensa vida espiritual; do “Tratado da verdadeira devoção a Maria”, escrito por São Luís Grignon de Montfort, assimilou a sua doutrina e o seu espírito, praticando a “escravidão do amor”.
Formou-se em Filosofia e Literatura em 14 de Julho de 1913, passando depois para o Seminário Maior de sua Diocese de Gent (Gante), para terminar os estudos teológicos. Durante as férias, na sua cidade natal de Temsche (Tamise), iniciou o seu apostolado entre os jovens e as crianças, especialmente no ensino do catecismo e da liturgia.
Em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, foi novamente convocado e apenas um ano depois conseguiu obter dispensa. No entanto, não foram anos inúteis, tanto porque para o bem ou para o mal ainda conseguiu estudar, mas sobretudo porque entretanto “conheceu” três pessoas que mudaram a sua vida. O primeiro é, certamente, São Luís Grignion de Monfort, cujos escritos abordou com hesitação inicial e não sem dificuldade, mas que acabou por lhe transmitir um grande amor por Nossa Senhora; depois, Teresa de Lisieux, ainda não beatificada, na época, que o encanta com seu “jeitinho” e sua oferta incondicional ao amor misericordioso; finalmente o Padre Chevrier, que lhe transmite a sua predilecção pelos humildes e o fascina pelo seu amor pela pobreza. Neste ano, prestou serviço na Cruz Vermelha, encarregado de ambulâncias e auxiliando os feridos de guerra, como enfermeiro.
Em Abril de 1915, regressou ao Seminário de Gante, onde, no dia 1 de Maio de 1916, foi ordenado sacerdote.
Foi nomeado vice-vigário da paróquia de Santa Coleta, em Gante, iniciando o seu ministério especialmente entre os pobres. O apostolado não reduziu as horas dedicadas à oração e à adoração eucarística, durante o dia e a noite. Sempre humilde, pobre, desapegado, preparou as crianças para a Primeira Comunhão: quase todas eram filhas de socialistas e anticlericais. Para isso, formou um grupo de catequistas eucarísticos que se multiplicou prodigiosamente, chegando a outras paróquias da diocese. Para eles escreveu o “Manual da Catequista Eucarístico” em 1917, criando, assim, o método educativo eucarístico, segundo os decretos do Papa São Pio X.
Criou a “Liga da Comunhão Frequente” entre crianças e trabalhadores. Em Outubro de 1918, teve de interromper o seu apostolado, porque foi transferido como director para o convento das Irmãs de São Vicente de Paulo, em Moerzeke-lez-Termonde. No silêncio e na meditação, amadureceu os seus melhores trabalhos.
Para as crianças da “Cruzada Eucarística Pio X”, de toda a Bélgica, publicou um semanário com o título ‘Zonneland’ (País do Sol), para que, todas as semanas, os seus pequenos leitores recebessem a sua mensagem, escrita com vivacidade e linguagem simples, mas rica de paixão eucarística e mariana.
Em Maio de 1919, sofreu um ataque cardíaco e foi obrigado a passar os seus dias na cama ou reclinado numa poltrona. Escreveu, então, as suas obras mais conhecidas para sacerdotes: em 1920, a “Direcção Espiritual das Crianças”; em 1923, “Vamos salvar os trabalhadores”; novamente em 1923 “Apostolado Eucarístico Paroquial”; em 1924, “O método educativo eucarístico” e “O amigo das crianças” que atingiu, imediatamente, a tiragem de 200.000 exemplares em flamengo; mais quatro obras que foram publicadas após sua morte.
Mas, o “método educativo eucarístico” foi a obra que lhe valeu o título de ‘pedagogo da Eucaristia’ e que foi considerada, pelo Cardeal Mercier, da Bélgica “uma pequena obra-prima”...." páginas curtas ricas de substância cristã, permeadas de caridade sacerdotal, bem adaptada à obra da educação cristã”.
Em 1921, o Cardeal nomeou-o director espiritual do CIBI, reservado aos missionários religiosos, estudantes de teologia e clérigos obrigados ao serviço militar. O Padre Eduardo Poppe foi viver para Leopoldsburg, realizando um ministério intenso e fecundo entre os jovens destinados ao altar.
Foi um grande pedagogo da Eucaristia; toda a sua vida de sacerdote esteve centrada nesta espiritualidade e na orientação do sacerdócio eucarístico.
O Padre Poppe morreu repentinamente, no convento de Moerzeke-lez-Termonde, no dia 10 de Junho de 1924, onde tinha ido passar umas breves férias. Tinha apenas 34 anos.
O Padre Eduardo Poppe foi beatificado, em Roma, pelo Papa João Paulo II, no dia 3 de Outubro de 1999. Na missa da beatificação, disse o Papa: “… "Cantarei para o meu amigo o cântico de amor pela sua vinha". Estas palavras do livro de Isaías, que acabámos de escutar, aplicam-se ao Padre Eduardo Poppe, que consagrou a sua vida a Cristo no ministério sacerdotal. Hoje, ele torna-se um modelo para os sacerdotes, sobretudo para os do seu país, a Bélgica. Convida-os a conformar a sua vida com a de Cristo Pastor, para serem "sacerdotes de fogo" como Ele, apaixonados por Deus e pelos seus irmãos. A acção pastoral só é verdadeiramente fecunda na contemplação. Ela alimenta-se do encontro íntimo com o divino Mestre, que une o ser interior em vista de cumprir a sua vontade. Convido os sacerdotes a fazerem sempre da Eucaristia o centro da sua existência e do seu ministério, como o Beato Poppe. Ao deixarem-se iluminar por Cristo, poderão transmitir a luz.
Seguindo o exemplo do novo Beato, oxalá todas as pessoas que têm a missão catequética dediquem o tempo necessário ao encontro com Cristo! Através do seu ensinamento e das suas acções, elas darão testemunho do Evangelho, fá-lo-ão conhecer ao próximo, sobretudo aos jovens, que procuram a verdade e a fonte de vida, as exigências morais que levam ao bem-estar. O Padre Poppe, que conheceu a provação, dirige uma mensagem aos doentes, recordando-lhes que a oração e o amor de Maria são essenciais para o empenho missionário da Igreja. Peçamos ao Senhor que envie para a sua vinha sacerdotes à imagem do Beato Poppe!
A sua memória litúrgica é celebrada no dia 10 de Junho.