SANTOS LUÍS MARTIN E MARIA ZÉLIA GUÉRIN
Luís era
relojoeiro; Zélia era rendeira: ambos de origem burguesa, são santos por
eleição. Luís Martin e Zélia Guérin eram os pais de Teresinha do Menino Jesus.
É o segundo casal de esposos, depois de Luís e de Maria Beltrame Quattrocchi, a
serem beatificados, em 2001, pelo Papa João Paulo II.
Eram filhos de
militares e foram educados num ambiente disciplinado, severo, muito rigoroso e
marcado por um certo jansenismo ainda rastejante na França da época. Os dois
receberam uma educação de cunho religioso: Luís, nos Irmãos das Escolas Cristãs;
Zélia, nas Irmãs da Adoração Perpétua. Ao terminar os estudos, no momento de
escolher o seu futuro, Luís orientou-se para a aprendizagem do ofício de
relojoeiro, não obstante o exemplo do pai, conhecido oficial do exército
napoleónico. Zélia, inicialmente, ajudava a mãe na administração da loja da
família. Depois, especializou-se no "ponto de Alençon", na escola que
ensina a tecer rendas. Em poucos anos, os seus esforços foram premiados: Zélia abriu
uma modesta fábrica para a produção de rendas e obteve um discreto sucesso.
Ambos nutrem,
desde a adolescência, o desejo de entrar numa comunidade religiosa. Ele pediu para
ser admitido entre os Cónegos Regulares de Santo Agostinho, do Mosteiro do
Grande São Bernardo, nos Alpes suíços, mas não foi aceite porque não conhecia o
latim. Também ela tentou entrar nas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo,
mas compreendeu que não é a sua estrada.
Durante três
anos, Luís viveu em Paris, hóspede de parentes, para aperfeiçoar a sua formação
de relojoeiro. Naquele período, foi submetido a muitas solicitações por parte
do ambiente parisiense, impregnado de impulsos revolucionários. Aproximou-se
até de uma associação secreta, mas afastou-se imediatamente. Insatisfeito com o
clima que se respirava na capital, transferiu-se para Alençon, onde iniciou a
sua actividade, levando, até à idade de 32 anos, um estilo de vida quase
ascético. Entretanto, Zélia, com a receita da sua empresa, manteve toda a
família, vendendo rendas para a alta sociedade parisiense. O encontro entre os
dois aconteceu em 1858, na ponte de São Leonardo, em Alençon. Ao ver Luís,
Zélia percebeu distintamente que ele seria o homem da sua vida.
Casaram ao fim
de alguns meses de noivado. Conduzem uma vida conjugal no seguimento do
Evangelho, ritmada pela missa quotidiana, pela oração pessoal e comunitária,
pela confissão frequente, pela participação na vida paroquial. Da sua união
nasceram nove filhos, quatro dos quais morreram prematuramente. Entre as cinco
filhas que sobreviveram, está Teresa, a futura santa, que nasceu em 1873. As
recordações da carmelita sobre os seus pais são uma fonte preciosa para
compreender a sua santidade. A família Martin educou as suas filhas a tornar-se
não só boas cristãs mas também honestas cidadãs. Aos 45 anos, Zélia recebeu a
terrível notícia de que tinha um tumor no seio. Viveu a doença com firme
esperança cristã até à morte ocorrida em Agosto de 1877.
Com 54 anos,
Luís teve que se ocupar, sozinho, da família. A primogénita tem 17 anos e a última,
Teresa, tem 4 e meio. Então, transferiu-se para Lisieux, onde morava o irmão de
Zélia. Deste modo, as filhas receberam os cuidados da tia Celina. Entre os anos
de 1882 e 1887, Luís acompanhou as três filhas ao Carmelo. O sacrifício maior para
ele foi afastar-se de Teresa que entra para as carmelitas, com apenas 15 anos.
Luís foi atingido por uma enfermidade que o tornou inválido e que o levou à
perda das faculdades mentais. Foi internado no sanatório de Caen. Morreu em
Julho de 1894.
Foram canonizados,
na Praça de São Pedro, no dia 18 de Outubro de 2015, pelo Papa Francisco.
A sua memória
litúrgica é celebrada no dia 12 de Julho.