*ORAÇÃO DO JUBILEU 2025
Pai que estás nos céus,
a fé que nos deste
no teu filho Jesus Cristo,
nosso irmão,
e a chama de caridade
derramada, nos nossos corações, pelo
Espírito Santo
despertem em nós a bem-aventurada esperança
para a vinda do teu Reino.
A tua graça nos transforme
em cultivadores diligentes das sementes
do Evangelho
que fermentem a humanidade e o cosmos,
na espera confiante dos
novos céus e da nova terra,
quando, vencidas as potências do Mal,
se manifestar para sempre a tua glória.
A graça do Jubileu reavive
em nós,
Peregrinos de
Esperança,
o desejo dos bens celestes
e derrame sobre o mundo inteiro
a alegria e a paz do
nosso Redentor.
A ti, Deus bendito na eternidade,
louvor e glória pelos séculos dos
séculos.
Amém.
(Papa
Francisco)
VIVER O JUBILEU
A“Jubileu” é o nome de um ano particular: parece derivar do
instrumento que se usava para indicar o seu início; trata-se do ‘Yobel’, o
chifre do carneiro, cujo som anuncia o Dia da Expiação (Yom Kippur). Esta festa
judaica ocorre em cada ano, mas assume um significado especial quando coincide
com o início do ano jubilar. Encontramos uma primeira ideia disto, na Bíblia: o
ano jubilar tinha que ser convocado a cada 50 anos, já que era o ano “extra” - a
mais - que se vivia cada sete semanas de anos (cf. Levítico 25,8-13). Ainda que
fosse difícil de realizar, foi proposto como ocasião para restabelecer uma correcta
relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de
dívidas, a restituição de terrenos vendidos ou arrendados e o repouso da terra.
Citando o profeta Isaías, o evangelho segundo Lucas descreve desta forma, também, a missão de Jesus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos; a dar vista aos cegos; a restituir a liberdade aos oprimidos; a proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19; cf. Is 61,1-2). Estas palavras de Jesus tornaram-se, também, acções de libertação e de conversão, no quotidiano dos seus encontros e das suas relações.
Bonifácio VIII, em 1300, proclamou o primeiro Jubileu, também
chamado “Ano Santo”, porque é um tempo no qual se deve fazer a experiência de
que a santidade de Deus nos transforma. A sua frequência mudou, ao longo do
tempo: no início era a cada 100 anos; passou para 50 anos, em 1343, com o Papa Clemente
VI; e para 25, em 1470, com o Papa Paulo II. Também há jubileus
“extraordinários”: por exemplo, em 1933, o Papa Pio XI quis recordar o
aniversário da Redenção e, em 2015, o Papa Francisco proclamou o Ano da Misericórdia.
A forma de celebrar estes anos também foi diferente: na sua origem, fazia-se a
visita às Basílicas romanas de São Pedro e São Paulo: portanto, uma
peregrinação; mais tarde, foram-se acrescentando outros sinais, como o da Porta
Santa. Ao participar no Ano Santo, vive-se a indulgência plenária.
(a continuar)