BEATO GOMIDAS KAUMURDJIAN (KEUMURGIAN)
Há trezentos anos, um
católico com um espírito profundamente "ecuménico" foi martirizado,
em Constantinopla: Gomidas Keumurgian, natural de Constantinopla, onde nasceu
por volta de 1656, filho de um sacerdote arménio. Casou-se com apenas 20 anos
e, após concluir os seus estudos, foi ordenado sacerdote (como era costume nas
Igrejas orientais, de formação ortodoxa).
Na paróquia de São Jorge, que lhe foi confiada, desde logo simpatizaram com ele e começaram a amá-lo pelo inegável encanto espiritual que exercia: do púlpito, estava sempre disposto a ser ouvido; no dia-a-dia, era admirado pela sua gentileza, a sua sensibilidade para com os pobres e o seu altruísmo. O seu casamento foi sólido e fecundo, abençoado com sete filhos, nos quais o sacerdócio se enraizou de forma harmoniosa e coerente, e nos quais a paternidade biológica se estendeu a uma multidão, cada vez maior, de almas que buscavam nele orientação espiritual e consolo moral. A sua estada, na paróquia, foi marcante, especialmente em Constantinopla, onde um movimento crescente ganhava força para reunir as várias minorias ortodoxas da cidade à Igreja de Roma: um movimento que encontrou um dos principais expoentes neste sacerdote dinâmico e zeloso. O seu trabalho pastoral foi inteiramente direccionado a esse caminho, rumo à unidade da Igreja, que só não se concretizou porque foi, mais uma vez, impedido por questões políticas. De facto, a mediação excessivamente rápida e fervorosa do embaixador francês provocou uma dura reacção anticatólica, que degenerou em perseguição declarada. Aos 40 anos, Gomidas, juntamente com toda a sua família, converteu-se ao catolicismo e continuou a servir os fiéis, na mesma paróquia.
Em poucos anos, muitos sacerdotes arménios, residentes em Constantinopla, seguiram o seu exemplo, testemunho do prestígio que desfrutava e da influência que exercia entre seus colegas sacerdotes. A reacção armênia foi muito severa, especialmente contra ele e, principalmente, por parte dos dois patriarcas que se sucederam, no início do século XVIII. Gomidas alternava períodos de exílio com breves estadas na sua terra natal, onde continuamente apoiava e encorajava os católicos perseguidos, alimentando assim o ódio contra ele. No dia 3 de Novembro de 1707, foi preso novamente e julgado, desta vez sob a grave acusação de ter provocado grandes tumultos na comunidade arménia. Paradoxalmente, os juízes muçulmanos favoreceram a sua libertação, dada a fragilidade da acusação; mas a forte pressão dos arménios pesou na sua decisão. Nesse clima tenso, o seu destino estava selado, e o julgamento terminou com a sua condenação à morte, como uma sentença inevitável.
Gomidas teve tempo de se despedir da sua esposa e dos seus filhos antes de seguir para o local da execução. Lá, rejeitou veementemente uma última oferta: a sua vida em troca da sua conversão ao Islão. Diante da sua recusa, foi decapitado.
A sua natureza ecuménica foi enfatizada, durante seu funeral, celebrado por sacerdotes ortodoxos gregos, devido à perseguição contra os poucos sacerdotes católicos que ainda restavam. Como sempre, o rumor do sangue derramado "por ódio à fé" teve o efeito oposto ao desejado pelos perseguidores, e o sangue de Gomidas, em particular, resultou numa onda de conversões ao catolicismo, nos anos seguintes.
Foi beatificado pelo Papa Pio XI, no dia 23 de Junho de 1929.
O Beato Gomidas Keumurgian, é o mais representativo - embora não o único - do clero oriental casado a ser elevado à glória dos altares.
Na paróquia de São Jorge, que lhe foi confiada, desde logo simpatizaram com ele e começaram a amá-lo pelo inegável encanto espiritual que exercia: do púlpito, estava sempre disposto a ser ouvido; no dia-a-dia, era admirado pela sua gentileza, a sua sensibilidade para com os pobres e o seu altruísmo. O seu casamento foi sólido e fecundo, abençoado com sete filhos, nos quais o sacerdócio se enraizou de forma harmoniosa e coerente, e nos quais a paternidade biológica se estendeu a uma multidão, cada vez maior, de almas que buscavam nele orientação espiritual e consolo moral. A sua estada, na paróquia, foi marcante, especialmente em Constantinopla, onde um movimento crescente ganhava força para reunir as várias minorias ortodoxas da cidade à Igreja de Roma: um movimento que encontrou um dos principais expoentes neste sacerdote dinâmico e zeloso. O seu trabalho pastoral foi inteiramente direccionado a esse caminho, rumo à unidade da Igreja, que só não se concretizou porque foi, mais uma vez, impedido por questões políticas. De facto, a mediação excessivamente rápida e fervorosa do embaixador francês provocou uma dura reacção anticatólica, que degenerou em perseguição declarada. Aos 40 anos, Gomidas, juntamente com toda a sua família, converteu-se ao catolicismo e continuou a servir os fiéis, na mesma paróquia.
Em poucos anos, muitos sacerdotes arménios, residentes em Constantinopla, seguiram o seu exemplo, testemunho do prestígio que desfrutava e da influência que exercia entre seus colegas sacerdotes. A reacção armênia foi muito severa, especialmente contra ele e, principalmente, por parte dos dois patriarcas que se sucederam, no início do século XVIII. Gomidas alternava períodos de exílio com breves estadas na sua terra natal, onde continuamente apoiava e encorajava os católicos perseguidos, alimentando assim o ódio contra ele. No dia 3 de Novembro de 1707, foi preso novamente e julgado, desta vez sob a grave acusação de ter provocado grandes tumultos na comunidade arménia. Paradoxalmente, os juízes muçulmanos favoreceram a sua libertação, dada a fragilidade da acusação; mas a forte pressão dos arménios pesou na sua decisão. Nesse clima tenso, o seu destino estava selado, e o julgamento terminou com a sua condenação à morte, como uma sentença inevitável.
Gomidas teve tempo de se despedir da sua esposa e dos seus filhos antes de seguir para o local da execução. Lá, rejeitou veementemente uma última oferta: a sua vida em troca da sua conversão ao Islão. Diante da sua recusa, foi decapitado.
A sua natureza ecuménica foi enfatizada, durante seu funeral, celebrado por sacerdotes ortodoxos gregos, devido à perseguição contra os poucos sacerdotes católicos que ainda restavam. Como sempre, o rumor do sangue derramado "por ódio à fé" teve o efeito oposto ao desejado pelos perseguidores, e o sangue de Gomidas, em particular, resultou numa onda de conversões ao catolicismo, nos anos seguintes.
Foi beatificado pelo Papa Pio XI, no dia 23 de Junho de 1929.
O Beato Gomidas Keumurgian, é o mais representativo - embora não o único - do clero oriental casado a ser elevado à glória dos altares.
