SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS
- na palavra do Papa Bento XVI, na audiência-geral de
6 de Abril de 2011
“…[Maria Francisca]Teresa
[Martin] nasceu no dia 2 de Janeiro de 1873, em Alençon, uma cidade da
Normandia, em França. É a última filha de Luís e Zélia Martin, esposos e pais exemplares,
beatificados no dia 19 de Outubro de 2008. Tiveram nove filhos; quatro morreram
em tenra idade. Permaneceram as cinco filhas, que se tornaram todas religiosas.
Teresa, com 4 anos, ficou profundamente abalada com a morte da mãe. Então, o
pai transferiu-se com as filhas para a cidade de Lisieux, onde se desenvolverá
toda a vida da Santa. Mais tarde, Teresa, atingida por uma grave doença
nervosa, sarou por graça divina, que ela própria define o «sorriso de Nossa
Senhora». Recebeu depois a Primeira Comunhão, intensamente vivida, e pôs Jesus Eucaristia
no centro da sua existência. A «Graça do Natal» de 1886 assinala a grande
mudança, por ela chamada a sua «total conversão». De facto, ficou totalmente
curada da sua ipersensibilidade infantil e começou uma «corrida de gigante».
Aos 14 anos, Teresa aproxima- se cada vez mais, com grande fé, de Jesus
Crucificado, e começa a ocupar-se de um criminoso, aparentemente desesperado,
condenado à morte e impenitente. «Quis impedi-lo, de todas as formas, de cair
no inferno», escreve a Santa, com a certeza de que a sua oração o teria posto
em contacto com o Sangue redentor de Jesus. É a sua primeira experiência
fundamental de maternidade espiritual: «Eu tinha tanta confiança na
Misericórdia Infinita de Jesus», escreve. Com Maria Santíssima, a jovem Teresa
ama, crê e espera com «um coração de mãe». Em Novembro de 1887, Teresa vai em
peregrinação a Roma, juntamente com o Pai e a irmã Celina. Para ela, o momento
culminante é a Audiência do Papa Leão XIII, ao qual pede a autorização para
entrar, apenas com 15 anos, no Carmelo de Lisieux. Um ano depois, o seu desejo
realiza- se: torna-se Carmelita, «para salvar as almas e rezar pelos
sacerdotes». Por essa altura, começa também a dolorosa e humilhante doença
mental do seu pai. É um grande sofrimento que leva Teresa à contemplação da
Face de Jesus na sua Paixão. Assim, o seu nome de Religiosa — irmã Teresa do
Menino Jesus e da Sagrada Face — expressa o programa de toda a sua vida, em comunhão
com os Mistérios centrais da Encarnação e da Redenção. A sua profissão
religiosa, na festa da Natividade de Maria, a 8 de Setembro de 1890, é para ela
um verdadeiro matrimónio espiritual na «pequenez» evangélica, caracterizada
pelo símbolo da flor: «Que festa bonita a Natividade de Maria para se tornar
esposa de Jesus — escreve — Era a pequena Virgem Santa de um dia que
apresentava a sua pequena flor ao pequeno Jesus». Para Teresa ser religiosa significa
ser esposa de Jesus e mãe das almas. No mesmo dia, a Santa escreve uma oração
que indica toda a orientação da sua vida: pede a Jesus o dom do seu Amor
infinito, para ser a mais pequena, e sobretudo pede a salvação de todos os
homens: «Que nenhuma alma seja condenada hoje». De grande importância é a sua
Oferta ao Amor Misericordioso, feita na festa da Santíssima Trindade de 1895:
uma oferenda que Teresa partilha imediatamente com as suasm irmãs de hábito,
sendo já vice-mestra das noviças. Dez anos depois da «Graça de Natal», em 1896,
vem a «Graça de Páscoa», que abre a última fase da vida de Teresa, com o início
da sua paixão em profunda união com a Paixão de Jesus; trata-se da paixão do
corpo, com a doença que a levará à morte através de grandes sofrimentos, mas
sobretudo trata-se da paixão da alma, com uma dolorosíssima prova da fé. Como
Maria ao lado da Cruz de Jesus, Teresa vive então a fé mais heróica, como luz
nas trevas que lhe invadem a alma. A Carmelita tem a consciência de viver esta
grande prova para a salvação de todos os ateus do mundo moderno, por ela chamados
«irmãos». Vive então ainda mais intensamente o amor fraterno: para com as irmãs
da sua comunidade, para com os seus dois irmãos espirituais missionários, para
com os sacerdotes e todos os homens, sobretudo os mais distantes. Torna-se
deveras uma «irmã universal»! A sua caridade amável e sorridente é a expressão
da alegria profunda da qual nos revela o segredo: «Jesus, a minha alegria é
amar-Te». Neste contexto de sofrimento, vivendo o maior amor nas mais pequenas
coisas da vida quotidiana, a Santa realiza a sua vocação de ser o Amor o
coração da Igreja. Teresa faleceu na noite de 30 de Setembro de 1897,
pronunciando as simples palavras «Meu Deus, amo-Te!», olhando para o Crucifixo
que estreitava nas suas mãos. Estas últimas palavras da Santa são a chave de
toda a sua doutrina, da sua interpretação do Evangelho. O acto de amor,
expresso no seu último suspiro, era como que o contínuo respiro da sua alma,
como o pulsar do seu coração. As simples palavras - «Jesus, amo-Te» - estão no centro
de todos os seus escritos. O acto de amor a Jesus imerge-a na Santíssima
Trindade. Ela escreve: «Ah, tu sabes, amo-te Menino Jesus, / O Espírito de Amor
inflama-me com o seu fogo. / É amando-Te que eu atraio o Pai». Teresa do Menino
Jesus e da Sagrada Face, viveu neste mundo só 24 anos, no final do século XIX;
levou uma vida muito simples e no escondimento mas, depois da morte e da
publicação dos seus escritos, tornou-se uma das santas mais conhecidas e
amadas. A «pequena Teresa» nunca deixou de ajudar as almas mais simples, os pequeninos,
os pobres e os sofredores que lhe rezam, mas iluminou também toda a Igreja com
a sua profunda doutrina espiritual, a ponto de o Venerável Papa João Paulo II,
em 19 de Outubro 1997, atribuir-lhe o título de Doutora da Igreja, para além do
de Padroeira das Missões, que já lhe tinha sido atribuído pelo Papa Pio XI, em
1927. ( …)” (cf. Vatican) Teresa do Menino Jesus faleceu no dia 30 de Setembro
de 1897. No dia 4 de Outubro de 1897, foi sepultada no cemitério de Lisieux. No
dia 17 de Maio de 1925, Teresinha foi canonizada pelo Papa Pio XI. A memória
litúrgica de Santa Teresinha do Menino Jesus faz-se no dia 1 de Outubro. No dia
31 de Outubro de 2008, Dia Mundial das Missões, em Lisieux, na basílica
dedicada precisamente à sua filha, os pais de Santa Teresinha, Luís Martin e
Zélia Guérin foram beatificados pela Igreja, em cerimônia presidida pelo
cardeal José Saraiva Martins. Na ocasião Saraiva Martins desafiou as famílias
presentes "para que imitem os dois esposos e se tornem eles próprios lares
santos e missionários.”