SANTA JOAQUINA DE VEDRUNA
Joaquina nasceu em
Barcelona, no dia 16 de Abril de 1783. Era filha de Lourenço de Vedruna e
Teresa Vidal, pais de genuína fé cristã. Foi batizada no mesmo dia.
Desde a infância, sentia-se atraída pelo amor de Deus, a tal ponto que a sua mãe lhe perguntou como conseguia passar tanto tempo em oração; ela respondeu que tudo lhe falava de Deus: os alfinetes da sua renda de bilro lembravam-lhe os espinhos da coroa de Cristo crucificado, a quem ansiava por consolar com pequenos sacrifícios; da mesma forma, a linha de costura lembrava-lhe as cordas com que Jesus foi amarrado à coluna; as ervas daninhas nos canteiros representavam as suas próprias falhas e deficiências, a serem erradicadas.
Com estes sentimentos, tão profundos numa criança, Joaquina fez, aos nove anos, a sua Primeira Comunhão; aos doze decidiu consagrar-se ao Senhor entre as freiras carmelitas de clausura, de Barcelona. Devido à sua tenra idade, não foi aceite. No entanto, ela viveu a sua juventude tendo presente esse ideal, que lhe parecia ser o caminho principal da sua vida.
Porém, aos dezasseis anos, foi pedida em casamento por Teodoro de Mas, um jovem que também sentia um forte apelo à vida religiosa, mas foi impedido pelos seus pais, por ser o filho primogénito e o herdeiro de uma família nobre.
Joaquina, depois de um tempo de discernimento - ajudada pelo seu confessor, que lhe explicou ser essa era a vontade de Deus – aceitou. O casamento com Teodoro foi celebrado no dia 24 de Março de 1799.
A perfeita afinidade entre estas duas almas transformou o seu lar num oásis de paz e harmonia. O dia começava com ambos a ir à igreja e terminava, à noite, com a recitação do terço, acompanhados ao longo dos anos pelo coro dos seus nove filhos, criados com amor e incentivados na prática da virtude, pelo seu louvável exemplo.
Então, de 1803 a 1813, a Espanha esteve sob o domínio francês de Napoleão Bonaparte. Durante este período, o povo espanhol rebelou-se, em armas, contra esta ocupação. Teodoro de Mas, descendente de guerreiros valentes, também se voluntariou para defender o seu país. Esteve envolvido no cerco a um castelo, perto de Vich, onde realizou uma defesa árdua, com um grupo de patriotas, que os franceses não conseguiram capturar. Foi um período de intenso sofrimento para Joaquina de Vedruna, que estava ansiosa pela vida do marido, preocupada com os filhos e com a grande pobreza em que haviam caído.
Mas nada poderia abalar a sua ilimitada confiança na Providência e, sem jamais reclamar, ela nunca parou de rezar. Ao voltar da guerra, fisicamente debilitado, Teodoro de Mas faleceu, no dia 6 de Março de 1816. Naquela circunstância, a jovem viúva, de 33 anos, olhou para o grande crucifixo pendurado no seu quarto e sentiu que ele dizia: "Agora que perdeste o teu marido terreno, eu escolho-te como minha noiva".
Ela permaneceu em Barcelona, por mais alguns meses, para proteger os direitos dos seus filhos das exigências dos seus parentes e, depois, retirou-se para Vic, para a propriedade que herdara do seu marido, chamada "Manso Escorial", onde poderia cuidar melhor dos filhos e buscar a sua própria santificação.
Infelizmente, a mortalidade infantil era um flagelo, naquela época, e Joaquina sofreu muito com a morte de três dos seus filhos. Quatro deles ingressaram, posteriormente, na vida religiosa e dois casaram-se construindo famílias felizes. Tendo-se libertado dos compromissos familiares, Joaquina pensou que tinha chegado o momento de realizar o seu antigo sonho: entrar numa ordem religiosa de clausura. No entanto, o seu director espiritual, o Padre Estêvão de Olot, frade capuchinho de Vic, dissuadiu-a disso, dizendo-lhe que Deus não a queria num Mosteiro, mas como fundadora de uma congregação religiosa dedicada a cuidar dos doentes e da educação de meninas.
Mais uma vez, Joaquina curvou a cabeça em concordância e, no dia 6 de Janeiro de 1826, com 43 anos, fez a sua profissão como "Carmelita da Caridade", na capela episcopal de Vic, perante Dom Paulo de Jesus Corcuera, bispo da cidade de Vic, que tanto a havia encorajado e dado o seu nome à nova instituição.
Assim, no 26 de Fevereiro de 1826, juntamente com nove jovens aspirantes, depois de assistirem à missa, dirigiram-se ao "Manso Escorial", onde iniciaram a sua nova vida, de paz e fervor religioso.
O seu amor maternal foi transmitido às suas novas filhas, tornando-se um elemento fundamental no método educacional das "Carmelitas da Caridade". Superando dificuldades e sofrimentos, o Instituto foi crescendo, pouco a pouco, espalhando-se com uma densa rede de Casas, por toda a Catalunha, confirmando, como ela mesma disse, "que a Congregação não era obra sua, mas de Deus".
Em Setembro de 1849, sofreu o seu primeiro derrame, seguido por outros que a deixaram paralisada e, de acordo com a vontade de Deus, – como dizia ela - "inútil e desprezível" aos olhos dos outros.
No dia 28 de Agosto de 1854, aos 71 anos, após um novo ataque da doença, apresentou sintomas da cólera que dizimava a população, naquela época. E, rodeada pelo amor das suas Irmãs, adormeceu no Senhor.
Foi beatificada, no dia 19 de Maio de 1940, pelo Papa Pio XII; e canonizada, no dia 12 de Abril de 1959, pelo Papa João XXIII.
A memória litúrgica de Santa Joaquina de Vedruna é celebrada no dia 28 de Agosto.
Desde a infância, sentia-se atraída pelo amor de Deus, a tal ponto que a sua mãe lhe perguntou como conseguia passar tanto tempo em oração; ela respondeu que tudo lhe falava de Deus: os alfinetes da sua renda de bilro lembravam-lhe os espinhos da coroa de Cristo crucificado, a quem ansiava por consolar com pequenos sacrifícios; da mesma forma, a linha de costura lembrava-lhe as cordas com que Jesus foi amarrado à coluna; as ervas daninhas nos canteiros representavam as suas próprias falhas e deficiências, a serem erradicadas.
Com estes sentimentos, tão profundos numa criança, Joaquina fez, aos nove anos, a sua Primeira Comunhão; aos doze decidiu consagrar-se ao Senhor entre as freiras carmelitas de clausura, de Barcelona. Devido à sua tenra idade, não foi aceite. No entanto, ela viveu a sua juventude tendo presente esse ideal, que lhe parecia ser o caminho principal da sua vida.
Porém, aos dezasseis anos, foi pedida em casamento por Teodoro de Mas, um jovem que também sentia um forte apelo à vida religiosa, mas foi impedido pelos seus pais, por ser o filho primogénito e o herdeiro de uma família nobre.
Joaquina, depois de um tempo de discernimento - ajudada pelo seu confessor, que lhe explicou ser essa era a vontade de Deus – aceitou. O casamento com Teodoro foi celebrado no dia 24 de Março de 1799.
A perfeita afinidade entre estas duas almas transformou o seu lar num oásis de paz e harmonia. O dia começava com ambos a ir à igreja e terminava, à noite, com a recitação do terço, acompanhados ao longo dos anos pelo coro dos seus nove filhos, criados com amor e incentivados na prática da virtude, pelo seu louvável exemplo.
Então, de 1803 a 1813, a Espanha esteve sob o domínio francês de Napoleão Bonaparte. Durante este período, o povo espanhol rebelou-se, em armas, contra esta ocupação. Teodoro de Mas, descendente de guerreiros valentes, também se voluntariou para defender o seu país. Esteve envolvido no cerco a um castelo, perto de Vich, onde realizou uma defesa árdua, com um grupo de patriotas, que os franceses não conseguiram capturar. Foi um período de intenso sofrimento para Joaquina de Vedruna, que estava ansiosa pela vida do marido, preocupada com os filhos e com a grande pobreza em que haviam caído.
Mas nada poderia abalar a sua ilimitada confiança na Providência e, sem jamais reclamar, ela nunca parou de rezar. Ao voltar da guerra, fisicamente debilitado, Teodoro de Mas faleceu, no dia 6 de Março de 1816. Naquela circunstância, a jovem viúva, de 33 anos, olhou para o grande crucifixo pendurado no seu quarto e sentiu que ele dizia: "Agora que perdeste o teu marido terreno, eu escolho-te como minha noiva".
Ela permaneceu em Barcelona, por mais alguns meses, para proteger os direitos dos seus filhos das exigências dos seus parentes e, depois, retirou-se para Vic, para a propriedade que herdara do seu marido, chamada "Manso Escorial", onde poderia cuidar melhor dos filhos e buscar a sua própria santificação.
Infelizmente, a mortalidade infantil era um flagelo, naquela época, e Joaquina sofreu muito com a morte de três dos seus filhos. Quatro deles ingressaram, posteriormente, na vida religiosa e dois casaram-se construindo famílias felizes. Tendo-se libertado dos compromissos familiares, Joaquina pensou que tinha chegado o momento de realizar o seu antigo sonho: entrar numa ordem religiosa de clausura. No entanto, o seu director espiritual, o Padre Estêvão de Olot, frade capuchinho de Vic, dissuadiu-a disso, dizendo-lhe que Deus não a queria num Mosteiro, mas como fundadora de uma congregação religiosa dedicada a cuidar dos doentes e da educação de meninas.
Mais uma vez, Joaquina curvou a cabeça em concordância e, no dia 6 de Janeiro de 1826, com 43 anos, fez a sua profissão como "Carmelita da Caridade", na capela episcopal de Vic, perante Dom Paulo de Jesus Corcuera, bispo da cidade de Vic, que tanto a havia encorajado e dado o seu nome à nova instituição.
Assim, no 26 de Fevereiro de 1826, juntamente com nove jovens aspirantes, depois de assistirem à missa, dirigiram-se ao "Manso Escorial", onde iniciaram a sua nova vida, de paz e fervor religioso.
O seu amor maternal foi transmitido às suas novas filhas, tornando-se um elemento fundamental no método educacional das "Carmelitas da Caridade". Superando dificuldades e sofrimentos, o Instituto foi crescendo, pouco a pouco, espalhando-se com uma densa rede de Casas, por toda a Catalunha, confirmando, como ela mesma disse, "que a Congregação não era obra sua, mas de Deus".
Em Setembro de 1849, sofreu o seu primeiro derrame, seguido por outros que a deixaram paralisada e, de acordo com a vontade de Deus, – como dizia ela - "inútil e desprezível" aos olhos dos outros.
No dia 28 de Agosto de 1854, aos 71 anos, após um novo ataque da doença, apresentou sintomas da cólera que dizimava a população, naquela época. E, rodeada pelo amor das suas Irmãs, adormeceu no Senhor.
Foi beatificada, no dia 19 de Maio de 1940, pelo Papa Pio XII; e canonizada, no dia 12 de Abril de 1959, pelo Papa João XXIII.
A memória litúrgica de Santa Joaquina de Vedruna é celebrada no dia 28 de Agosto.