PALAVRA COM SENTIDO
PALAVRA COM SENTIDO
“Seremos semelhantes a Deus, porque o veremos tal como Ele é.” (cf. I João 3, 2)
A hodierna Solenidade de Todos os Santos recorda-nos que todos somos chamados à santidade. Os Santos e as Santas de todos os tempos, que, hoje, todos nós celebramos, não são simplesmente símbolos, seres humanos distantes, inalcançáveis. Pelo contrário, são pessoas que viveram com os pés no chão; experimentaram a fadiga diária da existência com os seus sucessos e fracassos, encontrando no Senhor a força para se levantar sempre e continuar o caminho. Daqui podemos compreender que a santidade é uma meta que não pode ser alcançada apenas com as próprias forças, mas é o fruto da graça de Deus e da nossa resposta livre a ela. Portanto, a santidade é dom e chamada.
Como graça de Deus, isto é, o seu dom, é algo que não podemos comprar nem trocar, mas acolher, participando assim na mesma vida divina através do Espírito Santo que habita em nós, desde o dia do nosso Baptismo. A semente da santidade é precisamente o Baptismo. Trata-se de amadurecer cada vez mais a consciência de que estamos enxertados em Cristo, porque o ramo está unido à videira, e por isso podemos e devemos viver com Ele e n'Ele como filhos de Deus. Assim, a santidade é viver em plena comunhão com Deus, desde agora, durante esta peregrinação terrena.
Mas a santidade, além de ser dom, é também chamamento; é vocação comum de todos nós cristãos, dos discípulos de Cristo; é o caminho de plenitude que cada cristão é chamado a percorrer na fé, caminhando para a meta final: a comunhão definitiva com Deus, na vida eterna. A santidade torna-se assim uma resposta ao dom de Deus, porque se manifesta como uma assunção de responsabilidade. Nesta perspectiva, é importante assumir um compromisso quotidiano de santificação nas condições, deveres e circunstâncias da nossa vida, procurando viver tudo com amor e caridade.
Os Santos que celebramos, hoje, na liturgia, são irmãos e irmãs que admitiram, na sua vida, que precisavam desta luz divina, abandonando-se a ela com confiança. E agora, diante do trono de Deus (cf. Ap 7, 15), cantam a sua glória para sempre. Eles constituem a “Cidade Santa”, para a qual olhamos com esperança, como nossa meta definitiva, enquanto somos peregrinos nesta “cidade terrestre”. Caminhamos para aquela “cidade santa” onde estes santos irmãos e irmãs nos esperam. É verdade, estamos cansados pela aspereza do caminho, mas a esperança dá-nos a força para avançar. Olhando para a vida deles, somos estimulados a imitá-los. Entre eles há muitas testemunhas de uma santidade da porta ao lado, «daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus» (Exortação Apostólica Gaudete et exsultate, 7).
Irmãos e irmãs: a memória dos Santos leva-nos a erguer os olhos para o Céu; não para esquecer as realidades da terra, mas para as enfrentar com mais coragem e mais esperança. Que Maria, nossa Mãe Santíssima, nos acompanhe com a sua intercessão materna, sinal de consolação e de esperança segura. (cf. Papa Francisco, na Oração do Angelus, Praça de São Pedro, Roma, Solenidade de Todos os Santos, 1 de Novembro de 2019)
quarta-feira, 21 de julho de 2010
A PALAVRA DO PAPA BENTO XVI
“...Conhecendo Cristo – este é o ponto essencial – conhecemos o rosto de Deus. Cristo é sobretudo a revelação de Deus. Em todos os tempos, os homens sentem a existência de Deus, um Deus único, mas que está distante e não se manifesta. Em Cristo este Deus mostra-se, o Deus distante torna-se próximo (... ) com o mistério de Cristo, Deus fez-se próximo de nós. Isto implica uma outra dimensão: Cristo nunca está sozinho; Ele veio ao meio de nós, morreu sozinho, mas ressuscitou para atrair todos a si. Como diz a Escritura, Cristo cria um corpo para si mesmo, reúne toda a humanidade na sua realida-de da vida imortal. E assim, em Cristo que congrega a humanidade, conhecemos o futu-ro da humanidade: a vida eterna. Portanto, em síntese, tudo isto é muito simples: conhe-cemos Deus, conhecendo Cristo, o seu corpo, o mistério da Igreja e a promessa da vida eterna...”
