- na Audiência geral, no dia 21 de Novembro, em Roma.
“…Continuamos a avançar neste
Ano da Fé carregando no coração a esperança de redescobrir a grande alegria que
existe no acto de acreditar, bem como a esperança de reencontrar o entusiasmo
para comunicar, a todos, as verdades da fé. Verdades que não são uma simples mensagem
sobre Deus, uma informação a seu respeito. Verdades que expressam o acontecimento
extraordinário do encontro de Deus com os homens, encontro salvífico e libertador,
que realiza as aspirações mais profundas do homem, o seu anseio de paz, fraternidade
e amor. A fé leva-nos a descobrir que o encontro com Deus melhora, aperfeiçoa e
eleva o que há de verdadeiro, de bom e de belo no homem. Acontece que, enquanto
Deus se revela e se deixa conhecer, o homem vem a saber quem é Deus e,
conhecendo-o, descobre-se a si mesmo, a sua origem, o seu destino, a grandeza e
a dignidade da vida humana. A fé permite um conhecimento autêntico de Deus, que
envolve toda a pessoa: é um saber no sentido latino de "sàpere"
[degustar], um conhecimento que dá “sabor” à vida, um novo sabor de existir,
uma maneira alegre de estar no mundo. A fé exprime-se no dom de si mesmo aos
outros, na fraternidade que nos torna solidários, capazes de amar, vencedores
da solidão que nos deixa tristes. Esse conhecimento de Deus através da fé não é
só intelectual, mas vital. É o conhecimento do Deus-Amor, graças ao seu próprio
amor. O amor de Deus mostra-nos, abre- nos os olhos, permite-nos conhecer toda
a realidade, indo além das perspectivas estreitas do individualismo e do
subjetivismo, que desorientam as consciências. O conhecimento de Deus é uma
experiência de fé que implica, ao mesmo tempo, um caminho intelectual e moral: profundamente
tocados pela presença do Espírito de Jesus em nós, superamos os horizontes do nosso
egoísmo e abrimo-nos aos verdadeiros valores da existência…”