MENSAGEM DE NATAL
da Conferência Episcopal Portuguesa
Neste tempo de Natal,
queremos levar a cada um dos nossos concidadãos, especialmente aos cristãos das
nossas dioceses, uma mensagem de solidariedade e de esperança. Celebramos o nascimento
de Cristo, Deus infinito que Se fez um de nós, assumindo todas as vicissitudes
dos seres humanos. Nasceu numa gruta da periferia de Belém, pois Maria e José
não conseguiram encontrar uma casa na cidade para os acolher. O presente clima
social não sugere muito «Boas Festas». Escasseiam empregos e bens materiais. É
urgente estreitar os laços da família e dos vários círculos de relações e
solidariedades; é fundamental comunicarmos com Deus, que em Jesus se torna o
mais próximo dos nossos próximos. Contemplar o mistério da encarnação de Jesus
é acolher o pobre, como nos recorda a Mensagem enviada pelo recente Sínodo dos Bispos:
«Nas nossas comunidades, deve dar-se um lugar privilegiado aos pobres, um lugar
que não exclui ninguém, mas pretende ser um reflexo de como Jesus Se ligou a
eles. A presença do pobre nas nossas comunidades é misteriosamente poderosa:
muda as pessoas, mais do que um discurso; ensina fidelidade, permite
compreender a fragilidade da vida, pede oração; em suma, leva a Cristo. O gesto
da caridade, por sua vez, exige ser acompanhado pelo empenho em favor da
justiça, com um apelo que a todos envolve, pobres e ricos» (n. 12). Só quem
oferece Natal aos outros pode ter Natal para si. Que os gestos de entreajuda,
solidariedade e partilha se multipliquem. A autêntica alegria das Boas Festas
está na dádiva altruísta e generosa. Haverá Boas Festas se o outro for o centro
das nossas atenções e serviços, vencendo confortos e rotinas egoístas, tal como
Deus que fez de nós o seu centro, oferecendo se em pessoa no Jesus do Natal, em
Belém.Haverá Boas Festas se soubermos presentear tempo, carinho e ofertas a pessoas
que vivem sozinhas, a doentes, crianças ou idosos, e a obras de serviço social.
Que a tradicional troca de prendas seja aproveitada para escolher ofertas que
sejam ajuda para quem precisa. Haverá Boas Festas se deixarmos que Jesus nasça
no melhor dos presépios, que é o nosso coração, e, neste Ano da Fé, aderirmos
mais, de alma e coração, à pessoa de Jesus. Ele será a nossa força para
«intensificar o testemunho de caridade» (Bento XVI, Porta Fidei, 14). Como recordou,
também recentemente, o Santo Padre, falando a nossa língua, «a fé não é um
peso, mas uma profunda alegria que transforma toda a vida» (2012.11.28). O
Natal é também uma especial festa da família. Tudo o que possamos fazer para
reforçar os laços familiares será humanamente louvável e agradável a Deus, que
Se fez da nossa família pelo seu nascimento, nosso irmão universal. Em tempos
de crise, mais essencial se torna a solidariedade familiar, o acolhimento e
ajuda aos membros que passam por maiores dificuldades. Queremos fazer eco do cântico
dos anjos na noite de Natal: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos
homens que Ele ama», independentemente de culturas, ideologias e credos. A cada
um de vós e às vossas famílias, desejamos um santo Natal. Fátima, 11 de
dezembro de 2012
Conselho Permanente da
Conferência Episcopal Portuguesa