- O PAPA EM FÁTIMA
O Papa Francisco veio a Fátima. Certamente, todos puderam
experimentar a alegria e a emoção da sua presença, das suas palavras, dos seus
gestos de amabilidade e de ternura, do seu testemunho de amor e de bondade.
Veio como peregrino da Paz e da Esperança para rezar ao Pai, por Maria, que
concedesse a Sua bênção ao mundo inteiro e, assim, se torne possível a
convivência fraterna, a harmonia das nações e o diálogo, franco e transparente,
das religiões. No centenário das aparições de Maria, em Fátima, o Papa
proclamou como santos os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, uma celebração
inédita em território português.
Na fórmula da canonização, o Papa disse: “Em honra da Santíssima
Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a
autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e
Nossa, depois de termos longamente reflectido, implorado várias vezes o auxílio
divino e ouvido o parecer de muitos Irmãos nossos no Episcopado, declaramos e
definimos como Santos os Beatos Francisco Marto e Jacinta Marto e
inscrevemo-los no Catálogo dos Santos, estabelecendo que, em toda a Igreja,
sejam devotamente honrados entre os Santos. Em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo”.
Da homilia da missa, destacamos: “…Queridos peregrinos, temos Mãe,
temos Mãe! Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em
Jesus, pois, como ouvíamos na Segunda Leitura, «aqueles que recebem com
abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus
Cristo» (Rm 5, 17). Quando Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste
a humanidade – a nossa humanidade – que tinha assumido no seio da Virgem Mãe, e
nunca mais a largará. Como uma âncora, fundeemos a nossa esperança nessa
humanidade colocada nos Céus à direita do Pai (cf. Ef 2, 6). Seja esta
esperança a alavanca da vida de todos nós! Uma esperança que nos sustente
sempre, até ao último respiro.
Com esta esperança, congregamo-nos aqui para agradecer as bênçãos
sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de
Luz que Nossa Senhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os
quatro cantos da Terra. Como exemplo, temos diante dos olhos São Francisco
Marto e Santa Jacinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da Luz de
Deus e aí os levou a adorá-Lo. Daqui lhes vinha a força para superar contrariedades
e sofrimentos. A presença divina tornou-se constante nas suas vidas, como se
manifesta claramente na súplica instante pelos pecadores e no desejo permanente
de estar junto a «Jesus Escondido» no Sacrário…”
- SEMANA DE ORAÇÃO PELA VIDA
De 14 a 21 de Maio, a
Igreja celebra a Semana da Vida, sob o lema: “Com Maria, cuidar da alegria da
Vida”. Do guião proposto para a reflexão, vivência e oração desta Semana,
destacamos: “…Neste ano em que a Igreja de Portugal celebra o Centenário das Aparições,
em Fátima, também a Semana da Vida estará naturalmente – bem – marcada por esta
dimensão e rosto mariano da nossa Fé: Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, tem tudo
para ensinar-nos como cuidarmos da Vida que nos é dada e confiada. Toda a vida
e a vida toda. Vivemos, na sociedade portuguesa, algumas dificuldades e
tensões, no que diz respeito à Vida: a questão do aborto e a questão da eutanásia,
de maneira mais evidente, mas também muitas outras ameaças à qualidade da Vida
e à Vida com qualidade.
Esta Semana da Vida quer
ser – cada vez mais – um ‘tempo oportuno’ para agradecermos a vida, defendermos
a vida, aprendermos a cuidar dela e aprofundar o convite a encontrar em Deus,
fonte de toda a Vida, o sentido maior e inalienável e sagrado da vida de cada
pessoa, desde a sua concepção até ao momento da morte, neste mundo.
“No meio de situações
verdadeiramente dramáticas, quando muitos contemporâneos estavam dominados pela
angústia e a incerteza, quando a força do mal e do pecado parecia impor o seu
domínio, a Virgem Maria faz brilhar em todo o seu esplendor a vontade salvífica
de Deus, uma bênção que revela a extensão da sua ternura a todas as criaturas. O
seu convite à conversão, à oração e à penitência pretende desbloquear os
obstáculos que impedem os seres humanos de experimentar uma bondade que procede
de Deus e foi depositada no coração humano.
A Virgem Maria, Mãe de
Deus e nossa mãe, sai ao encontro dos seus filhos peregrinos a partir da glória
da ressurreição de seu filho Jesus, para lhes oferecer consolação, estímulo e
alento. Envolvidos por essa bênção, os três pastorinhos mostraram-se dispostos,
pela boca de Lúcia, a serem louvor da glória de Deus e a entregarem-se
plenamente aos desígnios de misericórdia que Deus manifestava através das aparições.” (Fátima, Sinal de Esperança para o nosso tempo –
Carta Pastoral no Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, 2016)
Talvez não seja descabido
dizer que, hoje, agora, é cada um de nós, cada uma das nossas comunidades
cristãs – paróquias, vigararias ou outras – que tem de assumir a mesma missão
de sempre: ‘fazer brilhar em todo o seu esplendor a vontade salvífica
de Deus, uma bênção que revela
a
extensão da sua ternura a todas as criaturas’…”