* DIA MUNDIAL DAS MISSÕES
- da
Mensagem do Papa Francisco
(…) O Evangelho é uma Pessoa, que continuamente Se oferece e, a
quem A acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua
vida através duma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e
ressurreição. Assim, por meio do Batismo, o Evangelho torna-se fonte de vida
nova, liberta do domínio do pecado, iluminada e transformada pelo Espírito
Santo; através da Confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao
mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e
proximidade; e, mediante a Eucaristia, torna-se alimento do homem novo,
«remédio de imortalidade» (Inácio de Antioquia, Epistula ad Ephesios, 20, 2).
O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus
Cristo. Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano,
curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor,
buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E,
graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força
transformadora do Evangelho. Penso no gesto daquele estudante «dinka» que, à
custa da própria vida, protege um estudante da tribo «nuer» que ia ser
assassinado. Penso naquela Celebração Eucarística em Kitgum, no norte do Uganda
– então ensanguentado pelas atrocidades dum grupo de rebeldes –, quando um
missionário levou as pessoas a repetirem as palavras de Jesus na cruz: «Meu
Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mc 15, 34), expressando o grito
desesperado dos irmãos e irmãs do Senhor crucificado. Aquela Celebração foi
fonte de grande consolação e de muita coragem para as pessoas. E podemos pensar
em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a
superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por
todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos.(…)
Os jovens são a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa
Nova proclamada por Ele continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam
percursos onde possam concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço
da humanidade. «São muitos os jovens que se solidarizam contra os males do
mundo, aderindo a várias formas de militância e voluntariado. (...) Como é bom
que os jovens sejam “caminheiros da fé”, felizes por levarem Jesus Cristo a
cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra!» (Ibid., 106). A próxima
Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em 2018 sobre o
tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional», revela-se uma ocasião providencial
para envolver os jovens na responsabilidade missionária comum, que precisa da
sua rica imaginação e criatividade (…)