- CELEBRAÇÃO DO NATAL DE
JESUS
Dentro de 8 dias, a Igreja celebra o Natal de Jesus. É uma festa
vivida pelos cristãos do mundo inteiro e com grande influência festiva mesmo para
aqueles que não são cristãos ou não têm fé. Em todo o mundo, há sinais de
festa, de solidariedade, de partilha, de atenção aos mais pobres provocados
pela força desta memória cristã.
Contudo, não podemos esquecer que a verdadeira Festa de Natal é
Jesus que, sendo Deus, se fez carne, um no meio de nós, para nos transmitir a
alegria e a paz do céu. Nesse mistério de um Deus connosco, o Filho de
Deus fez-se criança, pequeno, humilde e pobre para transformar o mundo através
da caridade e da misericórdia. Para ajudar à preparação e vivência do Natal
cristão, apresentamos algumas palavras da Homilia do Papa Francisco na Missa do
galo, no dia 24 de Dezembro de 2016, na Basílica de São Pedro, em Roma: “… «Manifestou-se a graça de Deus, portadora
de salvação para todos os homens» (Tt 2, 11). Estas palavras do Apóstolo Paulo
revelam o mistério desta noite santa: manifestou-se a graça de Deus, o seu
presente gratuito. No Menino que nos é dado, concretiza-se o amor de Deus por
nós.
É uma noite de glória, a glória proclamada pelos anjos em Belém e
também por nós em todo o mundo. É uma noite de alegria, porque, desde agora e
para sempre, Deus, o Eterno, o Infinito, é Deus connosco: não está longe, não
temos de O procurar nas órbitas celestes nem em qualquer ideia mística; está
próximo, fez-Se homem e não Se separará jamais desta nossa humanidade que assumiu.
É uma noite de luz: a luz, profetizada por Isaías e que havia de iluminar quem
caminha em terra tenebrosa (cf. 9, 1), manifestou-se e envolveu os pastores de
Belém (cf. Lc 2, 9).
Os pastores descobrem, pura e simplesmente, que «um menino nasceu
para nós» (Is 9, 5) e compreendem que toda aquela glória, toda aquela alegria,
toda aquela luz se concentram num único ponto, no sinal que o anjo lhes
indicou: «Encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura»
(Lc 2, 12). Este é o sinal de sempre para encontrar Jesus; não só então, mas
hoje também. Se queremos festejar o verdadeiro Natal, contemplemos este sinal:
a simplicidade frágil dum pequenino recém-nascido, a mansidão que demonstra no
estar deitado, a ternura afectuosa das fraldas que O envolvem. Ali está Deus.
(…)
Deixemo-nos interpelar pelo Menino na manjedoura, mas deixemo-nos
interpelar também pelas crianças que, hoje, não são reclinadas num berço, nem
acariciadas pelo carinho duma mãe e dum pai, mas jazem nas miseráveis
«manjedouras de dignidade»: no abrigo subterrâneo para escapar aos
bombardeamentos, na calçada duma grande cidade, no fundo dum barco sobrecarregado
de migrantes. Deixemo-nos interpelar pelas crianças que não se deixam nascer,
as que choram porque ninguém lhes sacia a fome, aquelas que na mão não têm
brinquedos, mas armas.
O mistério do Natal, que é luz e alegria, interpela e mexe
connosco, porque é um mistério de esperança e simultaneamente de tristeza. Traz
consigo um sabor de tristeza, já que o amor não é acolhido, a vida é
descartada. Assim acontece a José e Maria, que encontraram as portas fechadas e
puseram Jesus numa manjedoura, «por não haver lugar para eles na hospedaria»
(Lc 2, 7). Jesus nasce rejeitado por alguns e na indiferença da maioria. E a
mesma indiferença pode reinar também hoje, quando o Natal se torna uma festa
onde os protagonistas somos nós, em vez de ser Ele; quando as luzes do comércio
põem na sombra a luz de Deus; quando nos afanamos com as prendas e ficamos
insensíveis a quem está marginalizado. Esta mundanidade fez refém o Natal; é
preciso libertá-lo!
Mas o Natal tem sobretudo um sabor de esperança, porque, não
obstante as nossas trevas, resplandece a luz de Deus. A sua luz gentil não mete
medo; enamorado por nós, Deus atrai-nos com a sua ternura, nascendo pobre e
frágil no nosso meio, como um de nós. Nasce em Belém, que significa «casa do
pão»; deste modo parece querer dizer-nos que nasce como pão para nós; vem à
nossa vida, para nos dar a sua vida; vem ao nosso mundo, para nos trazer o seu
amor. Vem, não para devorar e comandar, mas alimentar e servir. Há, pois, uma
linha direta que liga a manjedoura e a cruz, onde Jesus será pão repartido: é a
linha direta do amor que se dá e nos salva, que dá luz à nossa vida, paz aos
nossos corações. (…)
Entremos no verdadeiro Natal com os pastores, levemos a Jesus
aquilo que somos, as nossas marginalizações, as nossas feridas não curadas, os
nossos pecados. Assim, em Jesus, saborearemos o verdadeiro espírito do Natal: a
beleza de ser amado por Deus. Com Maria e José, paremos diante da manjedoura,
diante de Jesus que nasce como pão para a minha vida. Contemplando o seu amor
humilde e infinito, digamos-Lhe pura e simplesmente obrigado: Obrigado, porque
fizestes tudo isto por mim!»...” (cf. Santa Sé)
- FELIZ NATAL
A todos
os nossos leitores; aos habitantes da nossa cidade de Santa Maria da Feira; a
todos os homens e mulheres de boa vontade, crentes e não crentes, desejamos que
este tempo de NATAL - e a sua vivência festiva - seja tempo de LUZ e de PAZ, de
COMUNHÃO e de ESPERANÇA, de PARTILHA e de BÊNÇÃO.
FELIZ E SANTO NATAL, com JESUS e
com os IRMÃOS.